São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 1997
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Turista ambulante decifra metamorfose

DO "TRAVEL/THE NEW YORK TIMES"

Embora boa parte das festas glamourosas planejadas para marcar a passagem de Hong Kong ao domínio da China sejam particulares, não faltam atrações para o viajante interessado no passado e no futuro da cidade.
Em meio aos altos edifícios de escritórios que brotam como bambus, ainda há vielas e ruazinhas tranquilas que o turista pode percorrer a pé, refletindo sobre o que Hong Kong foi, no exato momento em que a metamorfose do território se aproxima.
Um passeio de duas a três horas, não muito cansativo -apesar de incluir alguns degraus-, é o suficiente para conhecer os lugares mais interessantes.
A excursão começa pelo bonde de dois andares, glorioso resquício dos primórdios do século que sacoleja por uma trilha de bitola estreita, passando entre carros, caminhões e transeuntes, até chegar ao fim da linha, em Sheung Wah.
Pague US$ 0,20 ao descer e atravesse a trilha em direção ao Mercado Ocidental, prédio de tijolos vermelhos, em estilo eduardiano.
Com suas venezianas e grandes arcadas de pedra, o prédio funcionou como mercado de alimentos durante 83 anos, até ser reformado, em 1989, e convertido num pequeno shopping center repleto de barracas que vendem máquinas fotográficas antigas, tecidos estampados em seda, veludo e algodão, camisetas para turistas e um quiosque contendo fotos antigas.
Deixando o mercado pela porta oriental, ande em direção ao sul até a rua Morrison. Do outro lado da rua fica a livraria Starite Book Company, que, hoje, vende principalmente artigos de papelaria e, em suas mesinhas na calçada, pilhas de livros de cartomancia encadernados com barbante.
Por cerca de US$ 1,80 você compra um livro chamado "Tong Sing", em chinês.
Trata-se de um confuso tratado de numerologia e astrologia chinesa, que vale a pena ser colecionado a título de curiosidade.

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