São Paulo, quarta-feira, 28 de maio de 1997
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Escândalo envolveu juiz Thomas

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Em agosto de 1992, a primeira-dama Hillary Clinton entregou à professora Anita Hill o prêmio de Mulher do Ano, oferecido pela ordem dos advogados dos EUA, e disse que ela havia "transformado a consciência (feminina) e alterado a história" ao acusar o juiz Clarence Thomas de assédio sexual.
Embora as denúncias de Hill contra Thomas tivessem sido muito menos substanciadas do que as de Paula Jones contra Bill Clinton, nem a primeira-dama nem as entidades que saudaram a professora como heroína dos direitos da mulher dirigiram uma única palavra de simpatia à ex-funcionária pública do Estado de Arkansas.
Hill apareceu como testemunha-surpresa durante as audiências públicas para a confirmação do nome de Thomas como um dos nove juízes da Suprema Corte, em agosto de 1991. Ela disse que, quando trabalhava para o juiz, ele a havia constrangido com insistentes pedidos de natureza sexual.
Seu depoimento convulsionou o país. Thomas foi aprovado por 52 dos 100 senadores. É o juiz da Suprema Corte que teve o menor número de votos a favor de sua nomeação em mais de cem anos.
Ontem, ele votou com seus oito colegas contra Clinton, que fez de Hill um de seus estandartes junto ao eleitorado feminino na campanha de 1992. Muitos políticos que em 1992 apoiavam a indicação de Thomas e diziam que seus pecadilhos não interfeririam na sua ação pública agora atacam Clinton por problemas iguais.
(CELS)

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