São Paulo, quinta-feira, 29 de maio de 1997
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Polícia está sem controle e deve ser reformulada, diz secretário

Grupo terá 60 dias para apresentar propostas

ANTONIO FLÁVIO ARANTES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O secretário nacional dos Direitos Humanos, José Gregori, disse ontem em Curitiba (PR) que as polícias Civil e Militar "estão desgarradas de qualquer acompanhamento, de qualquer controle".
Segundo o secretário, a reformulação das polícias é a "tarefa mais urgente" quando se trata de direitos humanos no país. Gregori criticou a falta de sensibilidade do Congresso e da Justiça para o tema.
"A bancada da Câmara que se preocupa com a questão é uma pequena praia de seis abnegados. No Senado eles são três, quatro."
Sobre a Justiça, Gregori disse que "os direitos humanos ainda não chegaram como deveriam ao Poder Judiciário". Ele fez a declaração ao se referir aos esforços para manter presos na Polícia Federal os assassinos do líder seringueiro Chico Mendes, Darli e Darci Alves.
O secretário participou ontem em Curitiba do "Encontro de Comunicação e Direitos Humano". Segundo Gregori, um grupo de trabalho -formado pela secretaria e por representantes da polícia, Forças Armadas, Ministério Público, OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e organizações não-governamentais- terá 60 dias para apresentar propostas de reformulação das polícias.
Segundo Gregori, o papel da comissão é apresentar propostas concretas. Das 49 ações de curto e médio prazos previstas no Programa Nacional de Direitos Humanos, lançado há um ano, apenas nove foram postas em prática, segundo a própria secretaria.
Gregori disse, no entanto, que o governo FHC é o primeiro a fazer dos direitos humanos uma política de governo.

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