São Paulo, quinta-feira, 29 de maio de 1997
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Pousada baiana detém passe de zagueiro

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Por determinação da Justiça de São Francisco do Conde (BA), desde o início desta semana o passe do zagueiro Elói pertence à empresária Maria Celeste Pereira Costa, proprietária da pousada Baía de Todos os Santos.
Localizada em São Francisco do Conde (66 km de Salvador), a pousada foi utilizada como concentração pelo São Francisco durante todo o campeonato regional. Maria Celeste disse que o time deve R$ 97 mil à pousada.
Há 15 dias, a empresária pediu à Justiça a penhora de um bem do São Francisco para receber a dívida. "O único jogador que pertence ao clube é o zagueiro Elói", explica Maria Celeste.
O passe do jogador foi fixado em R$ 400 mil, mas a dona da pousada admite negociá-lo por R$ 100 mil. "O que mais quero é receber o valor da dívida."
O técnico do São Francisco, Merrinho, disse que ficou satisfeito com a decisão da Justiça.
"Agora a proprietária da pousada tem a garantia de que vai receber tudo que está reivindicando", diz o técnico.
Para o zagueiro Elói, 25, o fato de o seu passe pertencer a uma dona de pousada pode beneficiá-lo. "Alguns empresários já manifestaram interesse na minha contratação", revela Elói.
O jogador disse que espera ser negociado pelo menos por R$ 250 mil. "Quem joga em time pequeno só tem chances de ganhar dinheiro nas negociações", lembra.
Pela legislação esportiva, o jogador com mais de três anos de clube recebe 15% do valor do passe quando é negociado. Elói está no São Francisco há quatro anos.
Maria Celeste Costa disse que vai aguardar o encerramento do Baiano para negociar o passe do zagueiro. "Até lá, existe a chance de o time conseguir o dinheiro."
Maria Celeste disse também que tentou negociar com a diretoria do São Francisco durante dois meses o pagamento da dívida. "Nos primeiros contatos com o São Francisco eu disse que aceitava o pagamento da dívida em até seis vezes."
A diretoria do time propôs à proprietária da pousada pagar a dívida em um ano, após o encerramento do Estadual. "Se aceitasse, iria à falência", disse Maria Celeste.
A empresária disse que, agora, só admite receber o pagamento no máximo em três vezes. "No início, estava disposta a aceitar o pagamento em até seis meses", afirma Maria Celeste. "Mas a diretoria não aceitou minha proposta."
Segundo o técnico Merrinho, o clube contava com a participação nas finais do segundo turno para conseguir os R$ 97 mil necessários à quitação da dívida. "Por uma falha do departamento de futebol, escalei um jogador irregularmente e perdemos cinco pontos."

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