São Paulo, quinta-feira, 29 de maio de 1997![]() |
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Esquerda vence na França, dizem pesquisas
MARTA AVANCINI
Segundo duas delas, a oposição ao atual governo deve conquistar entre 60 e 75 cadeiras de vantagem (em um total de 577) na próxima Assembléia Nacional. Um terceiro levantamento divulgado pelo jornal dá empate, mas com leve vantagem para a oposição. As três pesquisas são de institutos diferentes, cujos nomes não foram divulgados pelo "Libé". Se Jospin chegar ao poder, será a primeira vez que o presidente Jacques Chirac será forçado à coabitação, termo usado na França quando o presidente pertence a um partido, e o primeiro-ministro, a outro. As pesquisas foram divulgadas apenas fora da França, por exigência da lei eleitoral: o "Libération" se valeu de um servidor norte-americano na Internet para pôr os resultados na rede mundial de computadores sem infringir a proibição de divulgar os resultados da pesquisa nos dias que antecedem o pleito. Mas o empresariado francês já conhecia o resultado durante o dia, o que explica a queda de 3,63% na Bolsa de Valores de Paris. Os dados explicam também o otimismo demonstrado durante o dia pelo candidato dos socialista ao cargo de premiê, Lionel Jospin. 'Prontos' "Sim, estamos prontos para governar", disse. O presidente Jacques Chirac fez novo apelo ao eleitorado para tentar evitar a derrota: "Uma mudança de rumos vai levar à confusão", disse ele na última reunião do Conselho de Ministros da gestão de Alain Juppé. Juppé anunciou que está deixando o cargo de primeiro-ministro após o resultado de domingo. A esquerda chegou ao final do primeiro turno à frente da direita. O primeiro bloco inclui os partidos Socialista, Comunista, ambientalistas e outros pequenos grupos. O segundo é formado pela coalizão RPR-UDF (Reunião pela República e União pela Democracia Francesa) e a direita independente. A Frente Nacional, de extrema direita, teve 15%. O esforço da direita, ontem, reuniu no mesmo comício no interior do país duas lideranças que devem ser responsáveis pela condução do governo em caso de vitória, Philippe Séguin e Alain Madelin. Séguin está cotado para assumir o cargo de premiê. Madelin seria o responsável pela área econômica. Embora tenham perfis diferentes -Séguin é mais preocupado com a questão social, e Madelin defende posições liberais mais radicais-, os dois dizem que seus pontos de vista são complementares. "Não há divergências entre nós", afirmou Séguin. Abstenção Segundo institutos de pesquisa ouvidos pela Folha, a principal preocupação dos direitistas no segundo turno deve ser levar os eleitores às urnas. Isso porque a direita conta com uma "reserva de mobilização" maior que a esquerda. "Os resultados do primeiro turno sugerem que a abstenção foi maior entre os eleitores de direita, por isso o governo tem uma margem adicional de mobilização no próximo domingo", disse Stéphane Rozès, diretor de estudo políticos do instituto CSA. A abstenção foi de 31,6% no primeiro turno, no domingo passado, e deve ser menor no próximo domingo, na avaliação do CSA e do instituto Sofres. Texto Anterior: Taleban recua no norte do Afeganistão; Deputada dos EUA troca política por TV; Polônia restringe aborto antes de visita papal; Colômbia impede fuga de narcotraficantes; Nigéria pressiona golpistas de Serra Leoa; Aviadora completa volta ao mundo Próximo Texto: Euro sofre ameaças à direita e à esquerda Índice |
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