São Paulo, sábado, 31 de maio de 1997
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Jacó Bittar culpa secretários por contrato em Campinas

MARCELO BARTOLOMEI
DA FOLHA CAMPINAS

O ex-prefeito de Campinas Jacó Bittar (PSB) disse ontem que a culpa pela contratação da Cpem (Consultoria para Empresas e Municípios) na prefeitura é de seus ex-secretários.
Bittar, a ex-secretária dos Negócios Jurídicos Ophélia Amorim Reinecke, o ex-secretário das Finanças Francisco Ari Souto e a ex-diretora do Departamento de Assessoria Jurídica Interna Neuza Therezinha Borelli assinaram o contrato.
O ex-prefeito disse que vai convocar uma reunião com todas os envolvidos na contratação.
Bittar passou o feriado em Avaré. A Folha conseguiu falar com ele pelo telefone celular.
"Quero esclarecer os fatos, porque o prefeito assina tanto papel que a gente nem se lembra do que assinou", disse. O ex-prefeito afirmou não se lembrar do contrato.
"Parece que foi feita licitação, mas as empresas vencedoras não compareceram e então tivemos que contratar por notória especialização, não me lembro bem."
Bittar afirmou que não efetuou pagamentos à Cpem pela prestação dos serviços de fiscalização nas Dipam (Declarações para os Índices de Participação dos Municípios) das empresas de Campinas.
"Eu não sofri pressão do Lula nem de ninguém para contratar. Sempre tive contato com o Lula, sou amigo dele até hoje e não fiz nada de errado", disse.
Bittar disse acreditar em revanchismo político.
"Tenho certeza que as pessoas estão tentando se aproveitar da oportunidade para fazer revanchismo político contra mim com denúncias sobre a contratação."
A ex-secretária dos Negócios Jurídicos de Campinas, Ophélia Amorim Reinecke, afirmou que vai se reunir com Bittar caso ele solicite o encontro.
"É só o prefeito que autoriza a celebração de algum contrato de prestação de serviços", disse.
Para Ophélia, secretários têm a função de coordenar áreas e assinar contratos com aval do prefeito. "A decisão sempre é do prefeito."
Segundo Ophélia, a assinatura do contrato com a Cpem teve parecer jurídico legal da Procuradoria Geral do município.
"Era favorável o parecer emitido pela prefeitura, mas a procuradoria opina e não dá ordens. O prefeito acata se quiser", disse.
Os outros secretários foram procurados pela Folha, mas não foram encontrados.

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