São Paulo, sábado, 31 de maio de 1997
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Luís Eduardo critica acerto do governo com o PMDB

Deputado reluta em ser o novo líder de FHC na Câmara

MARTA AVANCINI
DE PARIS

O ex-presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), criticou ontem em Paris os acertos políticos feitos pelo governo com o PMDB visando garantir o apoio dos deputados.
"Os dois ministérios não vão garantir o apoio da base do PMDB na aprovação das reformas", disse ele, referindo-se ao fato de o presidente Fernando Henrique Cardoso ter escolhido Iris Rezende para assumir o Ministério da Justiça e Eliseu Padilha para o Ministério dos Transportes.
Essa situação reduz as chances de ele aceitar o convite feito por FHC para que assuma a liderança do governo na Câmara.
Luís Eduardo atrelou à capacidade de o presidente garantir um apoio mínimo dos partidos que compõem a base do governo, em especial o PMDB, a aceitação do convite.
"Ainda não resolvi. Depende do quadro político que encontrar no Brasil na segunda-feira", disse.
Nessa data, Luís Eduardo e o deputado José Aníbal se reúnem com FHC para discutir o assunto.
Luís Eduardo disse que quando deixou o Brasil estava decidido a assumir a liderança, mas mudou de idéia e disse ainda está refletindo sobre o assunto.
Anteontem, ele havia dito que não estava disposto a "administrar vaidades", referindo-se ao jogo de interesses que envolve as negociações políticas na Câmara.
"Quero garantias de que vou poder trabalhar. Minha intenção é ajudar o presidente. Se não puder fazer isso como líder, é melhor ocupar outras posições."
Caso não aceite a liderança, tendência que prevalecia até ontem, Luís Eduardo disse estar disposto a colaborar com o governo como "deputado de base".
A garantia de uma situação mais favorável para o governo na Câmara depende do empenho pessoal do presidente, para Luís Eduardo. "A palavra dele conta muito e pode definir."
Esse apoio mínimo é fundamental para o governo conseguir aprovar a reforma administrativa, avalia o ex-presidente.
"Como ela mexe com a Constituição, é preciso a aprovação de três quintos dos deputados, o que não é fácil."
ara Luís Eduardo, o PSDB tem dificuldade em obter coesão da bancada por ter grupos divergentes. "O PFL, por exemplo, é um partido mais coeso, o que facilita."
Ele volta hoje para o Brasil.

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