São Paulo, sábado, 31 de maio de 1997
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Israel testa droga à base de soja na recuperação da memória

Para especialista brasileiro, medicamento não dá resultado

DA REPORTAGEM LOCAL

Pesquisas realizadas em Israel estão acenando com a perspectiva de recuperação parcial da memória perdida pelo envelhecimento.
Os estudos utilizaram a substância fosfatidilserina, produzida a partir da soja. A PS -sigla em inglês para essa substância- faz parte da membrana celular do tecido nervoso e sofre um desgaste com o tempo.
A droga estudada -encontrada no mercado com o nome de Memogen- seria capaz de reconstituir em parte essa perda. Nos doentes que sofrem do mal de Alzheimer, ela retardaria a degeneração do organismo.
Jaacov Gindin, chefe do Departamento de Geriatria do Hospital Kaplan, de Israel, disse que 60% dos pacientes acompanhados relataram melhora.
Gindin falou ontem no 7º Congresso Internacional de Medicina Ortomolecular e Radicais Livres, realizado em São Paulo.
O psicólogo Luiz Antonio Vieira Bastos, pesquisador em fitoterapia, disse que a maioria dos executivos acima de 40 anos de Israel e países da Europa tomam a droga.
A PS extraída do cérebro de boi já é utilizada há pelo menos dez anos. A nova droga à base de soja está no Brasil há seis meses.
Os médicos discordam quanto à eficácia do medicamento. José de Felippe Júnior, presidente do Departamento de Medicina Biomolecular da Associação Paulista de Medicina, diz que já utilizou o remédio em 30 pacientes e nenhum relatou melhora. "Ainda não existem drogas isoladas capazes de estimular ou recuperar a memória de alguém", afirmou.
Felippe diz que trata seus pacientes repondo nutrientes que estão em falta no organismo.

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