São Paulo, sábado, 31 de maio de 1997
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Empresário critica critérios para financiar

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A atual política de concessão de financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) beneficia grandes grupos industriais e abandona a pequena e média empresa.
A avaliação é do empresário Roberto Nicolau Jeha, 1º secretário da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Jeha foi coordenador do grupo de política industrial da entidade, extinto em junho do ano passado.
Para o empresário, se mantida a intenção do banco de financiar investimentos de empresas multinacionais no país -entre elas a da fábrica de automóveis da francesa Peugeot-, será mais um passo dado no "processo de liquidação da burguesia nacional brasileira".
Segundo Jeha, empresário do setor de papel e papelão, a indústria nacional que se formou a partir dos anos 30 está sendo liquidada.
Diz que as multinacionais, que já estavam sendo beneficiadas com uma "enxurrada" de incentivos fiscais oferecidos pelos Estados, a partir de agora vão contar com os "financiamentos favorecidos", do BNDES, antes reservados às empresas nacionais.
Jeha conta que o BNDES tem recursos disponíveis para financiar a indústria, mas o crédito é dirigido para as grandes empresas e para projetos de privatização.
"Se um médio empresário precisar crédito para comprar uma máquina de US$ 3 milhões terá de apelar para bancos privados. O banco somente financia a partir de US$ 5 milhões."
(APF)

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