São Paulo, sábado, 31 de maio de 1997 |
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EUA descobrem Peru pré-colombiano
ADRIANE GRAU
Também o Museu Mexicano e várias galerias locais se unem ao de Young e abrem exposições fotográficas com temas relacionados. A exposição "O Espírito do Peru Antigo: Tesouros do Museu Arqueológico Rafael Larco Herrera" apresenta parte da maior coleção arqueológica privada do mundo e fica em cartaz até 10 de agosto. A mostra é resultado de um esforço de quase três anos de Kathleen Berrin, curadora de arte da África, Oceania e Américas do de Young, e Elizabeth Benson, especialista em arte peruana. As legendas bilíngues (em inglês e espanhol) do M.H. de Young reforçam o didatismo da exposição. Uma sala de realidade virtual "leva" o visitante a 14 sítios arqueológicos peruanos. "É a primeira vez que um museu usa a tecnologia para colocar o público em contato com o meio ambiente em que as obras foram criadas", afirma Kathleen. Usando mapas e textos arqueológicos, o museu mostra que, sem deixar registro escrito, 11 civilizações floresceram e desapareceram no país. Exemplares de cerâmicas, joalherias e artigos têxteis dos povos chavin, cupinisque, salinar, viru, moche, paracas, nasca, lambayeque, huari, chimu e inca fazem parte da exposição. Segundo Elizabeth Benson, os vasos de cerâmica de bico duplo -encontrados em várias expedições arqueológicas enterrados no deserto- são uma pequena amostra do que os conquistadores espanhóis do século 16 destruíram. "Praticamente toda a arte em prata e ouro desenvolvida pelos incas foi derretida e levada para a Espanha", diz Elizabeth. "Mas a areia do deserto tem sais conservantes que mantiveram quase intactas as cerâmicas." Para recontar a história de tais povos, os arqueólogos tentam até hoje decifrar os significados das figuras retratadas ou moldadas em vasos de dois bicos. "São encontrados em covas funerárias e isto nos mostra que a crença na vida após a morte era comum na região", afirma Elizabeth. "Mas não temos idéia de onde surgiu o formato que se repete por milhares de anos. Apenas imaginamos que serviam para armazenar chicha, quase uma cerveja." Texto Anterior: Até os que não montam admiram Próximo Texto: Lima abriga 48 mil peças Índice |
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