São Paulo, sábado, 31 de maio de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Governo confirma vitória na Indonésia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O partido Golkar, do governo, venceu a eleição geral na Indonésia, em um resultado que já era amplamente esperado. Resultados parciais dão quase 74% ao Golkar.
Isso vai tornar mais fácil o sétimo mandato consecutivo de cinco anos para o presidente Mohamed Suharto, 75, no poder desde 1968.
Os indonésios não votam em candidatos, mas em partidos. Na eleição de anteontem, foram escolhidos 425 dos 500 parlamentares; 75 cadeiras são reservadas para os militares.
Os 500 parlamentares e mais 500 pessoas indicadas ou aprovadas por Suharto formam a Assembléia de Consulta do Povo. É o colégio que deve reeleger o general Suharto para a Presidência, no próximo ano.
Segundo observadores independentes citados pela agência de notícias "Associated Press", houve fraude e intimidação de eleitores.
O resultado oficial só será divulgado daqui a uma semana. Mas, com 83,4% dos votos apurados, o Golkar havia recebido 73,89%.
Em segundo lugar ficou o Partido do Desenvolvimento Unido, muçulmano, com 23,11% dos votos.
Esse resultado, apesar da fração dos votos obtidos pelo partido do governo, representa um grande crescimento ao desempenho dos islâmicos em relação à eleição de 1992.
Em terceiro lugar ficou o Partido Democrático Indonésio, cristão-nacionalista, com aproximadamente 3%. O partido perdeu muitos eleitores desde que o Exército cassou a sua presidente, Megawati Sukarnoputri, em 1996.
Timor Leste
A eleição também se realizou em Timor Leste, ex-colônia portuguesa anexada pela Indonésia. A anexação não é reconhecida internacionalmente.
O ativista timorense José Ramos-Horta, Nobel da Paz do ano passado, pediu que Suharto anule a eleição -que chamou de "farsa"- naquele território.
Num apelo divulgado em Lisboa, ele disse que Suharto deve aproveitar "sua última oportunidade" para garantir um futuro de paz na Indonésia e em Timor Leste.
Ramos-Horta, líder no exterior da resistência timorense, disse que a campanha eleitoral foi a mais violenta da história indonésia. Teria causado, segundo ele, 250 mortes. Outras fontes falam em mais de 300 mortos.
O governo português também divulgou um comunicado em que diz que não reconhece a validade da eleição realizada em Timor Leste. A ONU considera Portugal a "potência administrativa" de Timor Leste.

Texto Anterior: Júri inicia decisão sobre bomba de Oklahoma
Próximo Texto: Condenado assassino que gerou lei Megan
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.