São Paulo, domingo, 1 de junho de 1997 |
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Paulo Afonso deflagra ofensiva para tentar barrar impeachment Governador de SC quer se aproximar do PFL CARLOS ALBERTO DE SOUZA
Vieira deve intensificar, a partir desta semana, os contatos com o PFL, PDT e PSDB, partidos que já integraram o seu governo e se afastaram depois de o Executivo ter sido acusado de irregularidades na emissão de títulos públicos. Nesta semana, Vieira espera conversar com o cacique pefelista Jorge Bornhausen, embaixador do Brasil em Portugal. A opinião de Bornhausen sobre o caso influenciará a bancada de oito deputados do PFL, que funcionará como o fiel da balança na votação do impeachment na Assembléia, ainda sem data marcada, mas que poderá acontecer em junho. Vieira conta com 11 deputados do PMDB e precisa de mais três votos para se garantir no cargo. O impeachment, para ser aprovado, precisa de dois terços dos deputados -27 votos de um total de 40. O governador sabe que não pode contar com o apoio do PPB (11 parlamentares) e do PT (seis), partidos declaradamente favoráveis ao seu afastamento. Mas nutre esperança em relação a um socorro dos antigos aliados. Os pefelistas dizem que sua definição, que poderá ser em bloco, aguarda o resultado da CPI da Assembléia catarinense (a conclusão da CPI do Senado também pesará na decisão) e a defesa a ser apresentada pelo governador. Banca de advogados A defesa jurídica de Vieira está entregue ao ex-procurador-geral da República Aristides Junqueira. Recém-contratado para montar a defesa, o ex-procurador instala-se esta semana em Florianópolis para definir a estratégia de ação. O ex-ministro da Justiça e do STF (Supremo Tribunal Federal) Paulo Brossard auxiliará a defesa com pareceres, segundo o governo. Junqueira também contará o advogado Renato Viana, ex-prefeito de Blumenau (SC), que, como deputado federal, participou da elaboração da Constituição de 1988. O PMDB catarinense pensa que argumentos jurídicos bem fundamentados poderão "sensibilizar" deputados indefinidos e até reverter o ponto de vista de parlamentares do PDT e do PSDB. O governador, que rechaça a hipótese de renunciar ao cargo, é acusado da prática de crime de responsabilidade. Ele usou recursos da emissão de R$ 605 milhões para despesas públicas e não exclusivamente para o pagamento de precatórios. Texto Anterior: "Videoteca" terá filme com Oscar Próximo Texto: Vice também está ameaçado Índice |
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