São Paulo, domingo, 1 de junho de 1997
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Relator da CPI afirma que está sentindo 'cheiro de pizza no ar'

Requião acusa Planalto e PFL de fechar acordo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O relator da CPI dos Precatórios, senador Roberto Requião (PMDB-PR), afirmou ontem que está em andamento "uma grande armação" para desmoralizar a investigação sobre a emissão e negociação de títulos públicos e evitar que políticos sejam responsabilizados por irregularidades.
"Senti cheiro de pizza no ar", disse Requião. É a primeira vez que o senador reconhece que a CPI enfrenta problemas políticos que poderão impedir a aprovação de um relatório contundente sobre fraudes envolvendo títulos públicos.
Requião afirmou que teria "todos os sinais" de que a direção nacional do PFL e o Palácio do Planalto estariam unidos em uma estratégia de apoio ao governador de Santa Catarina, Paulo Afonso Vieira (PMDB), acusado de emitir títulos de forma irregular.
O governador é acusado de usar recursos da emissão de R$ 605 milhões para despesas públicas e não exclusivamente para o pagamento de precatórios.
O apoio a Paulo Afonso, segundo Requião, faria parte do acordo para a aprovação da emenda da reeleição na Câmara. O governador garantiu os cinco votos do PMDB catarinense na Câmara a favor da emenda da reeleição.
"Não diria que estão fazendo trambique, mas está novamente em ação a grande fraternidade da reeleição comandada pelo Palácio do Planalto", acusou Requião.
A assessoria de imprensa do Planalto recusou-se a comentar as declarações do senador Requião.
A Folha procurou o presidente do PFL, deputado José Jorge (PE). Os telefones da casa de Jorge em Recife não atendiam no sábado à tarde.

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