São Paulo, domingo, 1 de junho de 1997
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Karen não vê conflito ético

DA SUCURSAL DO RIO

Em entrevista à Folha, a advogada americana Karen Muller, 39, disse que é consultora do empresário indiano Rajendra Singh e que continua a desempenhar a função.
Ela afirma que dá consultoria a Singh não só em negócios no Brasil e reconheceu ter comprado várias empresas permissionárias de "trunking" no Brasil para a Wireless Ventures of Brazil, de Singh.
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Folha - Em que você trabalha?
Karen Muller - Sou consultora de Raj Singh há muitos anos. Sou advogada de formação, mas minhas atividades não são estritamente de advogacia, mas de consultoria de modo mais geral.
Folha - Você comprava empresas no Brasil para a Wireless?
Karen - Uma parte das minhas atividades foi essa. Mas isso foi em 93 e 94. Não estou lembrada se houve compra depois de 94.
Folha - O ministro Sérgio Motta considerou graves as informações do relatório da McCaw sobre aquisições de empresas de "trunking".
Karen - Estranho a repercussão negativa. Pareceu-me um documento absolutamente normal.
Folha - Como Motta poderia desconhecer a situação se o secretário dele é casado com a pessoa que adquiriu as empresas?
Karen - Desconheço essa reação do ministro. Sei que ele pediu informações à McCaw. A Airlink fez muitos pedidos ao ministério e ao próprio ministro, é um nome conhecido. Se todo o mercado sabe, independentemente de quem está casado com quem, o ministro também deve saber.
Folha - Você comunicou as compras ao Ministério?
Karen - Quando a Wireless comprou controle de empresas, as transferências foram comunicadas. As licenças continuaram em nome das antigas permissionárias, mas os arquivos do ministérios têm os nomes dos novos donos.
Folha - O fato de o secretário estar casado com uma pessoa ligada à área de "trunking" não cria um conflito ético?
Karen - Eu não estou mais nessa área.

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