São Paulo, domingo, 1 de junho de 1997 |
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Licitação associa Cameli a governador do Amazonas Empresa que ganhou obra no Acre seria de Amazonino Mendes XICO SÁ
A obra seria a primeira ligação financeira entre os governadores do Acre, Orleir Cameli (sem partido), e o do Amazonas, Amazonino Mendes (PFL) -acusados de intermediar a compra do apoio de deputados do Acre à reeleição, segundo fitas reveladas pela Folha. A penitenciária é a primeira obra de porte, que conta com recursos do governo federal, cujo processo de licitação foi feito durante as discussões sobre o projeto que permite a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso. A licitação foi vencida pela Econcel, com sede em Manaus. O problema, segundo o procurador da República no Acre, Ricardo Nakahira, é que a construtora enfrenta uma denúncia considerada grave: a empresa pertenceria ao governador Amazonino Mendes. Segundo o empresário Fernando Bomfim, ex-presidente da Ceam (Companhia Energética do Amazonas), a Econcel - Construção Civil e Elétrica seria mesmo do governador. Confiança Pessoa de confiança de Amazonino durante muitos anos, Bomfim exerceu também o cargo de presidente da Econcel e conta que era o seu "testa-de-ferro", ou seja, aparecia oficialmente como dono em negócios que não podiam ser assumidos por Amazonino. Bomfim tem em seu poder fitas com gravações de conversas entre ele e o filho de Amazonino Mendes, Armando Mendes, que comprovariam a denúncia. Na fita, revelada pelos jornais "O Globo" e "Correio Braziliense", o filho do governador revela, durante uma reunião, que o pai é dono da empresa. O contrato da Econcel para as obras de reforma da penitenciária de Rio Branco tem um valor inicial de R$ 3,4 milhões. O resultado da licitação foi divulgado no "Diário Oficial do Estado" do Acre no dia 22 de abril deste ano. Nas fitas reveladas pela Folha sobre a compra de votos de parlamentares, o ex-deputado João Maia, que renunciou após o escândalo, diz que existem "grandes acertos" em obras entre Cameli e Amazonino. Falta um A oposição ao governador do Acre precisa apenas de mais uma assinatura para conseguir criar uma CPI na Assembléia Legislativa para investigar a ligação de Orleir Cameli com a compra de votos a favor da reeleição. Os adversários do governador avaliam que o caso da construtora Econcel era a novidade que faltava para sensibilizar o deputado que falta assinar a lista. Com um total de 24 deputados estaduais, apenas três pertencem à oposição, mas outros quatro também assinaram o pedido de CPI, o que deu esperança aos parlamentares que pretendem investigar o escândalo do mercado de votos dos parlamentares do Acre. Texto Anterior: Procura-se um diabo Próximo Texto: Governo contesta acordo Índice |
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