São Paulo, domingo, 1 de junho de 1997
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DEPOIMENTO

"Meu namorado tinha pé chato -e pé é uma coisa que eu observo muito nas pessoas-, mas, enquanto fui apaixonada por ele, nem pensava nisso.
Um dia, na praia, tive um 'insight' (revelação): 'Gente, que pé é esse?', pensei comigo.
Foi o primeiro sinal de que ele já não era mais nada para mim. Depois disso, levei um ano tentando recuperar o namoro, mas foi pior.
Transar com ele passou a ser como transar com um irmão.
Tive outros namorados antes, mas, com eles, mesmo depois do fim, a gente se encontrava e rolava um 'frisson'.
Com ele, nada. Nesse ano em que eu tentei recuperar o namoro, era um sacrifício sair junto. Quando ele ligava dizendo que ia passar, eu pensava: 'Ai, Jesus, lá vem ele'. E inventava dores de cabeça para voltar logo. Na volta, eu beijava por inércia. E ficava boba de ver como é que um homem lindo daquele, 1,85 m, não passava agora de um anão de jardim. Não sei se essa história tem alguma coisa a ver, mas o fato é que hoje, com pouco tempo de namoro, o cara já vira 'irmão' para mim."

Rose Ramalho, 26, é assistente administrativa

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