São Paulo, domingo, 1 de junho de 1997
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Muque desafia supertime na final da NBA

MELCHIADES FILHO
ENVIADO ESPECIAL AOS EUA

Os músculos podem fazer a diferença na finalíssima do campeonato 96-97 da liga norte-americana profissional de basquete.
Pelo menos assim espera o Utah Jazz, equipe que desembarca na decisão, em busca de seu primeiro título, apoiada nos ombros do jogador mais forte da NBA.
Karl Malone, 33, 2,06 m e 107 kg, no entanto, terá duríssima tarefa.
Seu adversário é o todo-poderoso Chicago Bulls, dono de quatro dos seis troféus desta década, recordista de vitórias em uma só temporada e que ostenta a categoria de Michael Jordan, o melhor jogador de todos os tempos.
Os times vão duelar a partir de hoje por quatro vitórias.
Os dois primeiros jogos ocorrem em Chicago. Os três seguintes, em Salt Lake City, casa do Jazz. Se necessários, os dois últimos voltam a acontecer no ginásio dos Bulls.
Em fevereiro, com ajuda da Folha, um "pool" de jornalistas de Ohio (EUA) aplicou um questionário aos preparadores físicos das 29 equipes que disputam a NBA.
À pergunta "quem é o jogador mais forte da liga?", 17 responderam o nome do âncora do Utah.
"Malone foi abençoado com um corpo espetacular. Alie os músculos à disciplina, e você ganha um jogador igualmente espetacular", diz Stan Kellers, instrutor de musculação do Cleveland Cavaliers.
"Já vi Malone muitas vezes sozinho no ginásio, puxando ferro, tarde da noite, enquanto alguns colegas caíam na farra", testemunha Al Vermeil, do Chicago.
O atleta não faz segredo das razões de sua boa forma.
Não toma vitaminas ou qualquer tipo de suplemento alimentar. Mas malha todos os dias em casa, com sessões de pelo menos duas horas, além da carga de treinos físicos e táticos de sua equipe.
"Além disso, aumento o ritmo dos exercícios no verão, nas minhas férias. Admira-me que outros não dêem importância aos músculos. É bem mais fácil pegar um rebote quando se é capaz de levantar 150 kg sem dificuldade."
Além dos exercícios com pesos, seus favoritos, Malone sua na lida com os rebanhos e juntando feno em seu rancho, no Arkansas.
Também adora acampamentos -não são raras as viagens ao Alasca, para pescar, e à fronteira com o Canadá, para caçar alces.
A mania por exercícios "outdoors", o ala-pivô trouxe da infância em Summerfield, no pobre interior da Louisiana, sul dos EUA.
Segundo mais novo de nove irmãos, Malone trabalhava, criança, na colheita de algodão e no carregamento de madeira em trens.
"Ponha-me no meio da floresta amazônica e eu sobreviverei", brincou à Folha.

NA TV - ESPN International, ao vivo, às 20h

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