São Paulo, domingo, 1 de junho de 1997
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Comunistas e socialistas divergem sobre o euro

MARTA AVANCINI
DE PARIS

A relação de forças entre os partidos Socialista e Comunista pode complicar um eventual governo de esquerda na França.
Em caso de vitória do bloco de esquerda, os socialistas devem ser obrigados a contar com o apoio de deputados comunistas para atingir a maioria absoluta na Assembléia Nacional: 289 das 577 cadeiras.
Nesse caso, o Partido Comunista, liderado por Robert Hue, terá condições de tentar impor seus pontos de vista.
Os dois partidos fizeram um acordo de apoio mútuo para o segundo turno, mas discordam em vários pontos de seus programas de governo.
A diferença mais importante diz respeito à unificação monetária européia. Os comunistas defendem a revogação do Tratado de Maastricht, enquanto os socialistas querem renegociar alguns dos pontos.
"Os comunistas podem atrapalhar as negociações com o governo e emperrar o andamento dos processos políticos", disse o professor Stéphane Monclair.
Para ele, não há diferenças estruturais entre os pontos de vista da direita e dos socialistas sobre a política européia.
"As divergências são mais formais e, dentro de uma dinâmica de coabitação, as duas partes têm de se entender", disse Monclair.
A direita defende a manutenção da agenda da unificação e a adequação da França aos critérios do Tratado de Maastricht. Entre eles está o que prevê a manutenção do déficit público em 3%, que na França supera a marca dos 4%.
O professor disse ainda que a alternativa apresentada por Chirac, com a possível indicação de Philipe Séguin para primeiro-ministro, caso a direita ganhe, mostra que o governo está disposto a negociar. Ao contrário de Chirac, Séguin defende a revisão de alguns pontos do Tratado de Maastricht.
(MA)

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