São Paulo, domingo, 1 de junho de 1997
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Fragmentação do eleitorado prejudica o governo

MARTA AVANCINI
DE PARIS

O excesso de triangulações e a participação do eleitorado que fica fora da França metropolitana são dois fatores que podem influir no resultado das eleições de hoje.
As triangulações ocorrem quando mais de dois candidatos disputam o segundo turno, o que provoca a fragmentação do eleitorado.
Isso vai acontecer em 79 distritos, de um total de 565. Existem na França 577 distritos, mas 12 deputados já foram eleitos no primeiro turno, domingo passado.
Nas eleições de 93, houve apenas 15 triangulações.
A diferença é a forte presença da Frente Nacional -o partido de extrema direita tem candidatos em 76 dos 79 distritos. Isso prejudica principalmente a coalizão RPR-UDF, que controlava a grande maioria desses distritos, 69.
"A Frente Nacional costuma roubar o eleitorado de direita. Vamos ver se quem votou no partido vai manter a opção", disse o cientista político Daniel Goy.
Apesar de ter forte participação no segundo turno, a Frente Nacional não deve eleger mais do que dois deputados. O partido tem mais chances em Toulon, Marignane, Vitrolles e Orange, onde ocupa as prefeituras.
O desempenho da Frente -15% de votos no primeiro turno- consolidou sua posição de terceira força política da França.
Entre os cotados para assumir uma cadeira na Assembléia Nacional estão Bruno Mégret e Marie-Carolinne Le Pen, filha do presidente da Frente Nacional, Jean-Marie Le Pen.
O voto dos eleitores da chamada França não-metropolitana também pode ser um fator importante na definição do resultado.
Em geral, esse eleitorado vota em favor do governo.
(MA)

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