São Paulo, domingo, 1 de junho de 1997 |
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Casais cruzam América do Sul de moto
JOSÉ CARLOS CHAVES
O comerciante Erasmo da Silva Azevedo, 48, é considerado o veterano da turma, pois é o único que participou de todas as viagens do grupo Rupio Negro, de Curitiba (PR). Entre fotos e roteiros bem detalhados, Azevedo conta que, durante 55 dias, a caravana atravessou a selva amazônica, o deserto peruano, as montanhas andinas e até reservas indígenas. Pelo caminho, maridos e mulheres enfrentaram frio de -7°C e altitudes de 5.470 metros, nos Andes peruanos. Na Transamazônica, suaram sob um calor de 43°C. Se alguém pensar que a aventura foi meramente fruto de coragem, o comerciante rebate o argumento. Ele explica que cada quilômetro foi minuciosamente planejado. O levantamento do percurso levou em torno de seis meses. Buscaram-se informações em mapas, companhias de ônibus e polícias rodoviárias para obter todos os detalhes, como distâncias, altitude, pontos de abastecimento, locais para pernoite, condições da estrada e até localização de atoleiros. Azevedo diz que nesse trabalho de coleta de informações 64 pessoas ajudaram de alguma forma, entre amigos, empresas e consulados, numa eterna troca de telefonemas e faxes. Havia reuniões regulares a cada 45 dias. Segundo o veterano, o custo total da aventura foi de cerca de US$ 6.000 por casal, incluindo despesas com alimentação, hospedagem, manutenção das motos e até algumas "lembrancinhas", como artesanato local. "Mas pouca coisa, pois a gente precisava levar tudo nas motos", arremata Azevedo. As motos As oito motos (uma 1100 GS, da BMW, quatro XTZ 750 Super Ténéré, duas XT 600 Z Ténéré e uma XT 600 E, todas da Yamaha) não apresentaram avarias graves. Foram apenas trincas de chassis e quebras de amortecedor, geralmente ocasionadas por quedas ou pisos em péssimo estado -17,5% da viagem foi em estradas de terra. Além de piloto e garupa, cada moto levava 35 kg de peças de reposição, ferramentas e bagagem, o que totalizava 400 kg de peso. O planejamento para o próximo roteiro já começou: um giro pela África do Sul, que começa no dia 26 de dezembro de 98 e deve consumir US$ 10 mil por casal. Para quem sentiu uma ponta de inveja, uma dica do aventureiro: "Compre a moto, marque a data e a viagem. Se não for assim, você não vai nunca. Não tem nada a ver com coragem, é determinação". Texto Anterior: Prova de resistência reúne carros antigos na pista de Interlagos Próximo Texto: Forte do Xantia Activa Turbo é o conjunto Índice |
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