São Paulo, segunda-feira, 2 de junho de 1997
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Visita de Akihito pode gerar investimentos, diz embaixador

Casal imperial japonês sai hoje de Belém rumo a Brasília

ESTANISLAU MARIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

O porta-voz do imperador Akihito, do Japão, embaixador Akitane Kiuchi, disse ontem em Belém que a visita do imperador ao Brasil pode trazer novos investimentos japoneses para o país.
A comitiva imperial desembarcou no sábado à noite em Belém (PA), dando início a uma visita de dez dias ao Brasil.
"A visita em si não tem nenhum motivo político ou econômico, mas a viagem do imperador atrai a atenção e o interesse de empresários. Esse interesse pode trazer investimentos japoneses", disse ontem o embaixador.
Em 96, o investimento direto de empresas japonesas no Brasil chegou a US$ 4 bilhões.
Vale do Rio Doce
Sem se aprofundar nos temas políticos ou econômicos, Kiuchi cumprimentou o governo pela privatização da Companhia Vale do Rio Doce.
"A privatização trará maior eficiência à companhia", disse ele. Os japoneses são os maiores compradores mundiais de minério de ferro e alumínio da Vale.
Cerca de 900 integrantes da comunidade japonesa do Pará, estimada em 10 mil pessoas, a terceira maior do país -atrás das de São Paulo e Paraná-, homenagearam ontem à tarde o casal imperial em uma festa realizada no Teatro da Paz, em Belém.
A comunidade japonesa no Brasil atinge, atualmente, 1,3 milhão de pessoas.
Akihito quebrou o protocolo e se desviou até os portões do teatro, onde estava a estudante brasileira Roseane Gonçalves, 24, para receber dela cartões postais de Belém. Ela chorava e gritava o nome do imperador japonês.
Passeio
Pela manhã, Akihito e a imperatriz Michiko fizeram um passeio de barco de cerca de 18 km pelo rio Guamá, afluente direito do Amazonas que banha Belém.
O imperador japonês pediu mais informações sobre a história do Pará, os peixes, o rio e a exploração de madeira. Ele também pediu para ver de onde é extraída a castanha-do-Pará.
Após o passeio, o governador Almir Gabriel (PSDB) ofereceu um banquete ao imperador. À noite, Akihito participaria de uma recepção no consulado japonês.
Mais perto
O embaixador Kiuchi explicou que o imperador começou por Belém sua primeira visita à América Latina porque a capital paraense é a mais próxima da Europa, entre as cidades agendadas.
"O avião da comitiva imperial veio de Luxemburgo (Europa Central), e descer primeiro em Belém era mais prático", afirmou.
Akihito e a imperatriz Michiko viajam hoje a Brasília e, depois, a Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro. O casal imperial também viajará a Buenos Aires, na Argentina.
Esta é a primeira vez que um imperador do Japão vem à América do Sul em visita oficial.
Akihito já havia estado duas vezes no país, em 1967 e 1978. Na época, porém, ele ainda estava na condição de príncipe herdeiro.
(EM)

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