São Paulo, segunda-feira, 2 de junho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Cameli sofre 2ª denúncia

ABNOR GONDIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, aprovou no último dia 30 a segunda denúncia elaborada no espaço de oito dias contra o governador do Acre, Orleir Cameli (sem partido).
Desta vez, Cameli foi denunciado ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) por crime de peculato sob acusação de que teria se apropriado de recursos públicos em proveito próprio.
Segundo a denúncia, Cameli teria montado convênios supostamente fraudulentos com a Prefeitura de Cruzeiro do Sul (AC), no valor de R$ 80 mil, para a restauração de estradas e reforma de escolas em 95.
Auditoria do Tribunal de Contas do Acre apontou que a prefeitura depositou um cheque no valor de R$ 60 mil a favor da empresa Marmud Cameli & Cia. Ltda., da qual o governador é sócio, para compra supostamente fictícia de lubrificantes e combustíveis.
"Não existe na Prefeitura de Cruzeiro do Sul requisições de lubrificantes e combustíveis que comprovem a origem do débito nem depósito capaz de absorver tamanho volume de lubrificantes e combustíveis", informa a auditoria do TCE.
A denúncia afirma que os convênios foram feitos sem licitação. Visaram, diz o documento, "o ressarcimento de despesas da campanha política de 94 e desviar, em benefício do governador, os recursos relativos aos convênios".
As denúncias contra Cameli começaram a ser desengavetadas por Brindeiro depois que o governador foi citado como suposto comprador de votos a favor da emenda da reeleição.
No dia 22, Cameli foi denunciado ao STJ sob acusação de dispensa ilegal de licitação para a reforma do pronto-socorro Joana Benício de Souza, em Rio Branco.
Outro lado
A Folha tentou entrar em contato ontem com Cameli. Um de seus assessores, que se identificou como Carlinhos, disse que o governador estava viajando para visitar obras e só voltaria na manhã de hoje.
Ele forneceu o número do celular do secretário particular de Cameli, de nome Cristóvão. O telefone estava programado para não receber chamadas.

Texto Anterior: Amazonino contrata empresa sem licitar
Próximo Texto: Comissão define hoje processo de cassação
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.