São Paulo, segunda-feira, 2 de junho de 1997
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Estudo avalia Internet na escola

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

"A chegada da Internet às escolas públicas brasileiras não pode ser vista apenas como a chegada de mais um instrumento de trabalho do professor, mas como representante de uma cultura tecnológica em gestação", afirma o educador Arnaud Soares de Lima Júnior, em sua tese de mestrado "As novas Tecnologias e a Educação Escolar: Um olhar sobre a Experiência de Salvador (BA)".
A dissertação é uma análise do conceito de "novas tecnologias" e das repercussões na educação dita crítica. Arnaud se alinha com a pedagogia histórico-crítica, de Dermeval Saviani -"representante no Brasil da teoria marxista".
Defende a formação crítica -ou seja, que a escola, além de passar conhecimentos para a sociedade, seja um lugar também de questionamento e transformação dela.
O problema é que as novas tecnologias transformam as formas do pensar -além das relações pessoais e da noção de espaço e tempo. O conceito-chave nesse caso é da hipertextualidade: "Tecnicamente, um hipertexto é um conjunto de nós ligados por conexões. Os nós podem ser palavras, páginas, imagens, gráficos ou partes de gráficos, sequências sonoras, documentos complexos que podem eles mesmos ser hipertextos".
Esse ambiente problematiza a tradicional prática pedagógica. A interatividade e intuição ganham peso maior nos processos de ensino-aprendizagem e a dicotomia ensino formal e ensino informal perde o sentido. Esses fenômenos são observados por Arnaud na Escola Dr. Alexandre Leal Costa, de Salvador, que participa do Projeto Internet nas Escolas, da Prefeitura.
Seu principal questionamento é a determinação, pela administração, de como deve ser usada a nova tecnologia, quando impõe um princípio de experimentação.
(FR)

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