São Paulo, segunda-feira, 2 de junho de 1997
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Truques para o viajante de mochila se dar bem

CRISTIANE YAMAZATO
DA REPORTAGEM LOCAL

Está a fim de encarar as férias com a mochila nas costas? Pois aí vai a chave do sucesso. O publicitário Fábio Martinelli, 27, depois de passar seis anos viajando por 20 países como mochileiro, resolveu escrever o livro "Manual do Mochileiro Moderno", sem data prevista para publicação. Aqui vão algumas dicas preciosas do autor.
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O mapa: Antes de pôr o pé na estrada, "viaje" na frente do mapa da região onde você pretende ir. "Faça um roteiro, mas que não deve ser uma camisa-de-força. Você pode descobrir algo interessante no meio do caminho e mudar o roteiro."
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Mochilas: Escolha um modelo que tenha a costura resistente, que seja estreito e de comprimento até a cintura. As mochilas largas nas laterais e muito compridas enroscam no metrô e nas catracas de ônibus. Além disso, não cabem nas prateleiras dos trens e incomodam na hora de andar.
"As mochilas compridas ficam pegando no bumbum e, conforme você vai andando, ela vai rebolando."
Nessa mochila, você leva as roupas. Para uma viagem de um mês, o tamanho indicado é o de 70 litros. Em uma outra menor, você carrega a máquina fotográfica, a farmacinha (leia quadro ao lado) e outros itens de uso pessoal.
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Dinheiro: Você tem de adquirir aquelas famosas bolsinhas secretas. Qualquer costureira pode fazer. Elas têm o tamanho de uma carteira e ficam presas na parte interna da calça, bem na cintura, por meio de velcros. Há também as do tipo crachás, que ficam penduradas no pescoço por dentro da camisa.
"Não fique paranóico, com medo exagerado de ser assaltado. Basta seguir os mesmos cuidados que a gente tem naturalmente. Quem mora em São Paulo, já está mais do que acostumado a não dar bandeira. É só não bobear."
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Documentos: Uma dica superimportante. Antes de viajar, tire duas cópias dos seus documentos. Com você, leve os originais e uma cópia. A outra fica aqui com seus pais ou com alguém de confiança.
Os originais vão na mochilinha. As cópias vão no fundo da mochilona. "Em caso de perda, elas vão quebrar um galho enorme".
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Cadeados: Parece mentira, mas eles são indispensáveis, especialmente se você for se hospedar em albergues, tipo de hospedagem indicado a quem não dispõe de muito dinheiro. Nesses locais, nem sempre há cadeado nos armários. Sempre que puder, deixe seus pertences de valor em casas de amigos.
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Cara-de-pau: "Durante toda a viagem, esteja aberto para conhecer pessoas e ser cara-de-pau. Sabe aquele amigo do seu amigo, que estudou com seu primo na infância e agora mora no exterior? Ligue para ele. Ou você leva um não na cara ou na melhor das hipóteses ganha um amigo e um lugar para ficar."
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Carteira de estudante: Faça jus a este documento. Ele irá abrir portas de museus, restaurantes, teatros etc. "Em alguns lugares, o cara nem sabe o que é a carteirinha, mas até libera a entrada ou dá desconto."
Segundo Fábio, os passeios do tipo "para turista ver" são barcas furadas. "Faça o seu roteiro. Descubra por si mesmo as atrações. Não tenha medo de andar e se perder. Assim, você pode acabar fazendo grandes descobertas."
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Calçados e meias: Para enfrentar as caminhadas, opte por calçados bem confortáveis: tênis ou botinhas apropriadas. Dispense o chinelo. Você pode dar uma trombada em algum lugar e precisar da farmacinha. Para evitar as bolhas, a dica é usar duas meias.
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Transporte: Eleja o trem como o seu principal meio de transporte. Ele o levará para qualquer lugar e oferece várias opções de horários. Para economizar tempo e dinheiro, faça as viagens à noite.
"Muitas vezes, a paisagem não muda. Além do mais, dormindo no trem, você não precisa gastar dinheiro com hospedagem."
Outra coisa que facilita a sua vida, caso você esteja só de passagem por uma cidade, é deixar a mochila maior nos armários das estações de trem. Não custa caro e é seguro.
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Com quem ir: Na hora de decidir se você vai sozinho ou acompanhado, é preciso fazer uma auto-análise e lembrar que viajar com uma mochila nas costas tem de ser, antes de mais nada, prazeroso.
"Se você é do tipo que não aguenta ficar sozinho, viajar desacompanhado poderá ser torturante. Vá com uma amiga (o) ou namorada (o)."
No entanto, ir acompanhado não significa ter de ficar junto o tempo todo com a pessoa. Passar o dia visitando lugares e depois encontrar para jantar e contar histórias é uma boa opção.
Por outro lado, se você não se incomoda de ir sozinho, boa viagem. Aproveite a chance, que não é exclusiva para fazer amizades.

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