São Paulo, segunda-feira, 2 de junho de 1997 |
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Paulinho Moska lança 'Contrasenso'
BRUNA MONTEIRO DE BARROS
O disco traz 12 composições do próprio Moska -com algumas parcerias-, que misturam pop, baião, reggae e outros gêneros. "Gosto de todo tipo de música e, como todos da geração 90, não tenho preconceitos, coloco tudo no mesmo caldeirão", diz. Moska tenta, inutilmente, se livrar dos rótulos. Deixou o Inimigos do Rei porque não gostava da obrigação de ser engraçadinho. Com "Vontade" (1993), seu primeiro disco solo, tentou mostrar que não era só piada, que fazia música. E conseguiu o rótulo de roqueiro. Foi então estudar arte. Queria descobrir o papel da música e do artista na sociedade. Se aprofundou na filosofia e, em 1995, lançou "Pensar É Fazer Música". "Nesse disco precisava mostrar com veemência tudo que aprendi", conta. "Acho que 'Contrasenso' é mais generoso para o leigo, mais leve." O nome do disco surgiu quando Moska foi passar a limpo as letras das músicas. "Percebi que todas as canções são dúbias, falam de coisas que se contrapõem a outras." Tentou passar esse contra-senso também para a arte do encarte, no qual aparecem peixes no céu, Paulinho em uma sala de cabeça para baixo e o nome do CD escrito ao contrário. "Contra-senso mesmo sou eu com essa cara de certinho na capa. Foi para agradar a gravadora", brinca. A música de trabalho desse disco, "A Seta e o Alvo", já está com clipe na MTV, que conta com a participação de Adriana Esteves, Cláudia Abreu e André Bastos, além do próprio Moska. Essa música ganhou também uma faixa interativa no trabalho, que aliás atrasou o lançamento do CD, previsto para abril. "Para que a faixa de CD-ROM seja a última do CD, tem que ser feita na Alemanha, e isso demora", conta Moska. Duas músicas do disco já foram gravadas anteriormente. "Admito que Perdi" foi interpretada por Marina Lima, e Elba Ramalho gravou, em seu último disco, o baião "Relampiano". "Contrasenso" traz, entre outras, "Paixão e Medo", um samba-choro, e "Virtaul(Mente)", um funk dançante. Paulinho Moska preferiu não trabalhar com uma banda fixa em todo o disco. Para cada música foram escolhidos músicos que se encaixariam melhor com o estilo. A gravação da faixa-título, por exemplo, contou com Milton Guedes, Marcelo Martins e Eduardo Neves nos saxes e Marcos Suzano na percussão, o que resultou em uma mistura de jazz com funk. O tom regional de "Paixão e Medo" é garantido pelo violão de sete cordas (Maurício Carrilho), pelo bandolim (Jorginho Gomes), pelo pandeiro (Marcos Suzano) e pelo bandoneón (Ubirajara Silva). Disco: "Contrasenso" Artista: Paulinho Moska Lançamento: EMI Quanto: R$ 18, em média A jornalista Bruna Monteiro de Barros viajou a convite da gravadora EMI-Odeon Texto Anterior: Miami assiste a inflação de brasileiros Próximo Texto: CD continua preso a passado comprometedor Índice |
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