São Paulo, segunda-feira, 2 de junho de 1997
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O PT está nu; O porão de Covas; Caso Daniella Perez; Vai faltar energia?; Os 'neo-espertos'; Pesadelos de Zagallo; Bem Brasil; Até quando?

O PT está nu
"As denúncias documentadas de um ilibado membro do PT, Paulo de Tarso Venceslau, segundo Lula são 'um monte de asneira, uma idiotice da imprensa'. Agora, o cidadão pode enxergar a verdade do PT. O PT está nu."
Onofre Belém Cerqueira (Belo Horizonte, MG)
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"Tem razão o jornalista Clóvis Rossi. Percebe-se a mídia governista, assanhada com o escândalo PT, aferrando-se à absurda hipótese de que o partido, 'in dubio', é culpado. Quanto a Sérgio Motta, por falta de evidências, estaria acima de qualquer suspeita..."
Leilah Santiago Bufrem (Curitiba, PR)
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"A 'Coleção Videoteca Folha' poderia, brevemente, distribuir aos leitores o drama 'O Que É Isso Companheiro...', com o Lula sequestrando e torturando a alma do PT, tendo como cativeiro uma casa emprestada de um bacana em São Bernardo do Campo e locações também no Paço Municipal de São José dos Campos. Direção de Zé Dirceu."
Hélio Selles Ribeiro (Guaratinguetá, SP)

O porão de Covas
"O governador Covas perdeu sua maior oportunidade de entrar para a história do Brasil pela porta da frente. Preferiu ficar no porão. Deveria ter demitido sumariamente toda cúpula da Secretaria de Segurança Pública. Uma coisa é desconhecer os fatos, outra muito mais grave é ser traído e compactuar com as atitudes dos traidores."
Hamilton Pipoli (Campo Grande, MS)
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"Discordo do sr. Carlos Heitor Cony quando diz que o Brasil está parado. São Paulo está andando rápido. Para trás..."
Tiago Tessitore (Bauru, SP)

Caso Daniella Perez
"Em sua coluna publicada na Folha do dia 19/5, a propósito de comentar o julgamento de Paula Nogueira de Almeida, ex-Paula Thomaz, acusada da morte da atriz Daniella Perez, o jornalista Luís Nassif fez críticas ao promotor de Justiça que atuou no plenário de julgamento e colocou dúvidas no grau de civilidade do nosso ordenamento jurídico, bem como do próprio Poder Judiciário.
Inicialmente, estranham os signatários a crítica genérica e infundada aos órgãos da imprensa, ressalvando o articulista, unicamente, o trabalho dos repórteres da Folha, em evidente corporativismo e descompostura ética, sem embargo do reconhecimento do trabalho dos profissionais citados.
Omitiu-se, também, ao não especificar qual era a 'primeira versão' sobre os fatos e quem a monopolizava.
Desconhece-se o que sabe o articulista sobre o que contêm os mais de 20 volumes do processo, o do homicídio e o do furto. Entretanto, se a acusada Paula -inobstante o co-réu Guilherme, quando detido em flagrante, nenhuma referência à ela ter feito- foi denunciada pelo Ministério Público; teve sua prisão preventiva decretada; veio a ser pronunciada, isto é, determinou-se o seu julgamento pelo júri; teve improvidos todos os seus inúmeros recursos, inclusive quatro habeas corpus, dois deles julgados pela mais alta Corte do país, o STF, o qual não somente entendeu necessário para a manutenção da ordem pública o encarceramento preventivo da ré, como também julgou absolutamente lícitas todas as provas produzidas, significa dizer que algo de concreto nos autos a responsabilizava como partícipe do hediondo crime.
Se algum órgão da imprensa, por equívoco, noticiou que o Ministério Público, descomposturadamente, adjetivou a mãe da ré de 'megera', o que não aconteceu durante os debates orais, a responsabilidade não é da Promotoria de Justiça, sendo no mínimo leviano quem recebeu como verdadeira a informação e dela se valeu, sem prévia confirmação do fato.
Não há registro na história do Judiciário brasileiro de qualquer processo em que os réus e seus defensores tenham tido a oportunidade de ocupar espaços em todos os veículos de comunicação, inclusive sendo entrevistados individualmente em programas de grande audiência.
Ademais, a amplitude de defesa foi de tal ordem que o Ministério Público, excepcionalmente, concordou que a defesa do co-réu Guilherme entregasse aos jurados exemplar de livro contando 'a sua versão' dos fatos, o mesmo ocorrendo em relação a ré Paula, permitindo-se à sua defesa entregar aos jurados um 'memorial' sobre o mesmo assunto.
Finalmente, talvez o articulista veja em sistemas jurídicos como o norte-americano, no qual, muitas vezes, a questão racial -e não a verdade dos fatos- é a base do veredicto, o melhor exemplo de justiça. Ousamos discordar. A soberania do júri brasileiro é, juntamente com o sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, a melhor expressão da democracia popular. Se, em determinado julgamento, os jurados se viram de alguma maneira influenciados pela mídia, isso significa que o que deve ser repensado é a ética dos órgãos de comunicação."
Maurício Assayag e José Muiños Piñeiro Filho, promotores (Rio de Janeiro, RJ)

Resposta do colunista Luís Nassif - Os promotores dão uma volta enorme para se defenderem. O artigo em questão continha 55 linhas, 47 falando da imprensa, 8 com críticas ao promotor, por ter tachado a mãe da ré de "megera". A afirmação foi testemunhada e confirmada por repórteres que cobriram o julgamento. Nem sequer discuto o instituto do júri ou o Ministério Público. Os promotores invocam supostas críticas institucionais (que não fiz) apenas para disfarçar as suscetibilidades feridas, verdadeiro motivo da carta.

Vai faltar energia?
"Esta campanha de que vai faltar energia no Brasil (inspirada pelos grupos interessados em abocanhar nossas usinas hidrelétricas) me faz lembrar dos 'cálculos' feitos muitos anos atrás para nos demonstrar que logo sofreríamos um grande déficit de energia e que portanto teríamos que engolir as centrais atômicas... O déficit energético não veio e tivemos que engolir as bilionárias centrais, até hoje sem uso."
Vera Lucia Ranieri (São Paulo, SP)

Os 'neo-espertos'
"Entre as costumeiras péssimas notícias vindas de Brasília, uma pelo menos nos causou certa apreensão: foi a daquela sra. de idade bastante avançada que cometeu a imprudência de adoecer da vista. Foi sumariamente condenada pelo SUS a passar dois anos na fila do oftalmologista.
Enquanto isso, os 'neo-espertos' tucanos não param de bicar o nosso sofrido CPMF e só pensam naquilo: 'masturbação casuística reeletiva'."
Bento C. M. de Abreu (São Paulo, SP)

Pesadelos de Zagallo
"Nestes próximos dias, todos os pesadelos do arrogante técnico Zagallo, terão uma constante: uma venenosa e mortal 'Flô'... (em referência ao atacante norueguês Tore André Flo)."
João Roberto Spini Machado (Contagem, MG)

Bem Brasil
"Feriadão, uma palavra inventada pelo brasileiro, inexistente no dicionário. Feriado: somente um dia de descanso. Feriadão: muitos dias sem trabalhar, enquanto muitos fazem vigília à espera de trabalho. A máquina Brasil pára. Os serviços essenciais ficam precários. Recomeçar os trabalhos? Somente após o feriadão. Assim é que o país caminha. Passos curtos e sem pressa é a ordem."
Antônio Rochael (Iguape, SP)

Até quando?
"Até quando o povo brasileiro vai pagar com a vida a incompetência da classe política nacional?"
Hugo Ney Ungaretti Cardoso (São Paulo, SP)

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