São Paulo, segunda-feira, 2 de junho de 1997
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Passado é o forte em Cartagena

ROGÉRIO SIMÕES
DO ENVIADO ESPECIAL À COLÔMBIA

Alguns minutos em Cartagena são suficientes para verificar que a cidade reúne um dos maiores legados da conquista das Américas.
Antes símbolo da colonização espanhola, em 11/11/11 (11 de novembro de 1811), Cartagena declarou uma independência que durou quatro anos -em 1815, os espanhóis voltaram a dominá-la. O rompimento definitivo com a Espanha deu-se com a independência geral do país, em 1821.
Hoje, uma das principais atrações turísticas da conturbada Colômbia, Cartagena teve glória própria no passado. Foi um dos pontos mais disputados por navegadores entre os séculos 16 e 18.
A cidade era considerada uma porta de entrada na América do Sul, um porto de vital importância para o controle da navegação no Caribe, um sonho de conquista para impérios e piratas.
Em Cartagena, o grande sobrevivente desse tempo de batalhas pelas riquezas do Novo Mundo é o castelo de San Felipe.
Localizada fora das muralhas que até hoje cercam a cidade velha, a construção é marcada por uma arquitetura arrojada e imponente.
O castelo, construído entre 1536 e 1657, defendeu Cartagena de vários invasores estrangeiros. Entre eles, estiveram os ingleses, autores de um longo cerco à cidade, que conseguiu derrotá-los.
Resistência
Em 1740, navios ingleses liderados por Edward Vernon quase controlaram Cartagena. Como líder da resistência, Don Blas de Lezo entrou para a história como um dos maiores defensores da cidade.
Apesar da aparente superioridade, os ingleses não conseguiram vencer a geografia local -o castelo estava distante da artilharia dos navios- e as doenças tropicais. Deixaram a região humilhados pela derrota inesperada.
Hoje o castelo é referência turística na cidade. Com uma bela fachada, em que se destacam as rampas da entrada, trata-se de uma construção de grande opulência.
Mas o turista logo percebe que faltam cuidados com a preservação. Muros construídos para aumentar a segurança nas rampas de entrada descaracterizam parte da arquitetura. O mesmo acontece no alto do castelo, onde o concreto substitui o tijolo, degenerando parte do aspecto visual.
Não há salas com exposições de belas armaduras ou objetos de grande valor histórico. Mas pouco importa, já que o castelo de San Felipe tem uma estrutura rica.
O interior guarda vários corredores e ligações -para quem gosta de explorar construções antigas e não tem claustrofobia.
O castelo é mal sinalizado, e não há informações sobre sua história. Resta a opção de contratar, por US$ 5, um guia.

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