São Paulo, segunda-feira, 2 de junho de 1997
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Fé e moda entram nas aulas de italiano

FRANCISCO MARTINS DA COSTA
DO ENVIADO ESPECIAL À EUROPA

"Quem tem boca vai a Roma", reza o dito popular, mas, chegando lá, apenas isso não basta. O idioma de Dante não é tão parecido com o português quanto se imagina, e, por essa razão, a cada ano milhares de brasileiros viajam à "bota" para estudar italiano.
Além de turistas, a Itália atrai muitos estilistas, arquitetos e engenheiros, por ser um dos principais centros mundiais de criação de moda e design. Isso sem falar na enorme quantidade de religiosos que vão estudar no Vaticano e nos conventos e seminários do país.
As opções para quem quiser estudar italiano em Roma ou em outras cidades da Itália não são muitas. Mas algumas escolas possuem cursos e programações desenvolvidos especificamente para ensinar o idioma a estrangeiros.
A Dilit é uma escola romana que se associou à International House e é a responsável pelos cursos de italiano da instituição em todo o mundo. Seus donos, Giorgio Piva e Tiziana di Dedda, montaram a escola em um "palazzo" do início do século, próximo do principal terminal de trens e ônibus local.
A cada ano, eles recebem aproximadamente 1.400 alunos, 3% deles vindos do Brasil. Dos alunos, 60% têm entre 21 e 35 anos.
O curso todo é dividido em 28 estágios. Cada quinzena cobre um desses estágios. Segundo Tiziana, um brasileiro que faz um curso de dois meses sai falando um italiano bastante razoável -o que não acontece com os asiáticos, árabes e anglo-saxões.
As aulas são dadas em classes para, no máximo, 15 alunos, e os professores, ao contrário das escolas que só oferecem cursos no verão, trabalham na escola durante o ano todo. Semanalmente, pelo menos uma hora é dedicada ao treinamento do corpo docente da escola.
Os alunos frequentam a escola das 9h às 13h e das 14h às 16h. À noite, sempre há alguma atividade, como filmes italianos projetados no auditório da escola, "espaguetadas" na cantina, festas e visitas a pontos turísticos da cidade.
Nos finais de semana, a Dilit organiza viagens a cidades italianas como Pompéia, Orvieto e Sperlonga (praia próxima a Nápoles).
A cada quinzena, a escola promove um seminário sobre cultura italiana. Nele são discutidos temas como história da arte, arquitetura, ópera ou cinema. Degustação de vinhos e receitas típicas também figuram na pauta de discussões.
Cada quinzena de curso custa 420 mil liras (aproximadamente R$ 290). Acomodação em casas de família ou em flats de estudantes custam 270 mil liras por semana (cerca de R$ 180).
Florença
Na pacata piazza Santo Spirito, em Florença, funciona a escola de italiano da Eurocentre. O edifício, o Palazzo Guadagni, foi construído em 1504 e reformado em 1860.
Quando foi convertido em uma escola de línguas, os arquitetos preservaram os tetos -ricamente decorados com pinturas-, abóbadas e detalhes espalhados pelos cantos e laterais.
Nesse ambiente charmoso, Massimo Reale, o diretor da Eurocentre, tenta transmitir a seus alunos não só os ensinamentos sobre o idioma como também o modo de vida à italiana. "Nossa idéia é que os alunos vivenciem uma experiência completa durante sua estada na Itália", diz.
Para isso, ele recomenda que os alunos sejam acomodados em casas de família da cidade. Há outros tipos de acomodação para quem quer mais liberdade.
Os cursos de um mês custam 2.423 mil liras (aproximadamente R$ 1.600). No preço estão incluídos acomodação em casa de família, café da manhã, jantar, 20 horas de aulas semanais e 14 horas de atividades no centro de estudos.
Na programação de atividades sociais, a escola sempre oferece excursões a Siena e a Pisa, além de passeios pela galeria Uffizzi, festas e jantares na cidade.
Em sua sede de Florença, a Eurocentre também oferece a seus alunos cursos de desenho e pintura.
Mais informações sobre as escolas Dilit, em Roma, e Eurocentre, em Florença, podem ser obtidas nas agências da Student Travel Bureau (tel. 011/870-0555).

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