São Paulo, quarta-feira, 4 de junho de 1997
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Manutenção não foi adequada, diz Crea

DA REPORTAGEM LOCAL

A manutenção da ponte dos Remédios não foi adequada, segundo avaliação do Crea (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo).
"Essas coisas não ocorrem de uma hora para outra. A ruptura evidencia uma falta de manutenção contínua", afirma o vice-presidente do conselho, engenheiro José Eduardo de Paula Alonso.
O engenheiro, que também é coordenador do setor de fiscalização do Crea, afirma que os transtornos poderiam ter sido evitados.
"A ponte poderia ter desabado, provocando mortes. Não se pode negligenciar com manutenção", diz Alonso.
Técnicos do conselho vistoriaram a ponte ontem e vão elaborar um laudo sobre os problemas. Segundo Alonso, o Crea vai abrir processo para apurar as responsabilidades.
Os responsáveis, segundo o vice-presidente, poderão ser punidos com advertência reservada, advertência pública, suspensão das atividades ou cassação do registro profissional.
Alonso diz que a ponte dos Remédios foi concluída em 1967. "A idade não é problema. Existem pontes bem mais antigas perfeitamente sólidas."
Ele afirma não acreditar que a ponte precise ser implodida. "Aparentemente não é esse o caso. Acho que dá para recuperá-la."
O engenheiro Fernando Rebouças Stucchi reforça que estruturas como as da ponte dos Remédios precisam passar constantemente por trabalhos de manutenção.
Professor do departamento de Pontes e Grandes Estruturas da Escola Politécnica da USP, Stucchi diz não acreditar que a ponte pudesse desabar.
"É pouco provável. Mas considero que a interdição imediata foi uma medida acertada, já que não temos uma visão clara da situação estrutural da ponte."
Apesar de a ponte ser responsabilidade do governo estadual, os trabalhos de recuperação das estruturas serão conduzidos pela Prefeitura de São Paulo.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Vias Públicas, o secretário estadual dos Transportes, Plínio Assmann, pediu que a prefeitura conduza os trabalhos. Às 9h, o prefeito Pitta e o secretário de Vias Públicas, Reynaldo de Barros, vistoriam o local.

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