São Paulo, quarta-feira, 4 de junho de 1997
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USP mede 'ibope' de seus professores

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A USP (Universidade de São Paulo) iniciou na segunda-feira a maior avaliação de cursos e professores já realizada em seus 63 anos de idade. Até o final da semana que vem, a reitoria quer que os estudantes de graduação respondam a 233 mil questionários, cobrindo 2.533 disciplinas.
Essas disciplinas compõem cerca de 60% do total oferecido pelos 95 cursos de graduação da universidade. Devem ser avaliados 2.937 professores (de um corpo docente de 5.000 pessoas), distribuídos nos seis campi da universidade.
O presidente da Adusp (Associação de Docentes da USP), Marco Brinati, diz não ser, "a princípio", contra uma avaliação feita por estudantes. Mas já há resistência, pelo menos na FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), tanto entre alunos como professores (leia texto abaixo).
Os questionários -que foram padronizados após uma aplicação piloto no ano passado- são compostos de 20 perguntas. Cobrem desde a qualidade da aula e a sua articulação com o resto do curso até a assiduidade do professor.
Os estudantes podem dar as notas "muito fraco", "fraco", "regular", "bom" e "muito bom". Não serão divulgadas as notas de cada professor, diz a reitoria.
"Encaramos essa avaliação como um instrumento de valorização do docente e de melhoria dos cursos", afirma o pró-reitor de Graduação da USP, Carlos Alberto Barbosa Dantas.
Segundo ele, no futuro, as avaliações recebidas pelos professores poderão ser um dos fatores usados em concursos e promoções na carreira do professor.
"As instâncias e pessoas que terão acesso às notas de cada professor ainda deverão ser discutidas no Conselho de Graduação", diz Dantas. "Mas a gente preferiu não começar essa discussão em abstrato, e por isso começamos a avaliação", acrescenta.
Os alunos respondem ao questionário em fichas semelhantes às usadas pela Fuvest no vestibular -com códigos de barra que podem ser lidos por computadores.
"Com isso deveremos ter estatísticas gerais já em agosto", afirma Dantas.
Ainda este semestre, os professores também deverão responder a um questionário de auto-avaliação, com perguntas semelhantes às do questionário dos alunos.
"O professor poderá comparar sua auto-imagem com a avaliação dada pelos estudantes."
A idéia da reitoria é que esse tipo de avaliação seja feito todo semestre, na penúltima quinzena de aula. "Com o resultado do segundo semestre deste ano já teremos um processo bastante consolidado", diz o pró-reitor. Ficaram de fora 208 disciplinas que têm menos de cinco alunos cada.

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