São Paulo, quarta-feira, 4 de junho de 1997 |
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Funeral de frei Damião deve reunir 100 mil MAURICIO STYCER MAURICIO STYCER; VANDECK SANTIAGO
VANDECK SANTIAGO A segunda maior metrópole do Nordeste vai parar hoje para assistir aos funerais de um frade. Cerca de 100 mil pessoas são esperadas no estádio do Arruda (zona norte), às 9h, para a missa de corpo presente de frei Damião. O religioso da ordem dos capuchinhos, que era considerado um santo pelos seus seguidores, morreu no último sábado, depois de 19 dias em coma. O governador de Pernambuco, Miguel Arraes (PSB), decretou ponto facultativo em todas as repartições públicas do Estado. A mesma medida foi tomada pelos prefeitos de Recife, Olinda e Jaboatão. A rodada do hexagonal decisivo do segundo turno do Campeonato Pernambucano de futebol foi adiada de hoje para manhã, por medo que o enterro de frei Damião "roubasse" o público. Entre os políticos esperados no enterro, estará o vice-presidente da República, Marco Maciel, representando o presidente, Fernando Henrique Cardoso. A se confirmar a expectativa de público na missa, igualará o recorde batido no jogo Brasil e Bolívia, em 1993, pelas eliminatórias da Copa do Mundo, que reuniu mais de 100 mil espectadores. A PM vai contar com 2.238 homens na operação do enterro de frei Damião. Os maiores hospitais de Recife montaram esquema para atendimento emergencial. A cerimônia do enterro de frei Damião vai começar às 7h, com uma missa na basílica da Penha, só para religiosos e convidados. A visita do público ao caixão do frade vai se encerrar um pouco antes. Segundo projeções da Polícia Militar, pelo menos 240 mil pessoas terão passado pela basílica, ao longo dos três dias de velório. Por volta das 9h, o corpo de frei Damião será levado da basílica da Penha para o estádio do Arruda, em um carro aberto do Corpo de Bombeiros. O trajeto, de pouco menos de 10 km, deve demorar duas horas, segundo a PM. No estádio, o caixão com o corpo do religioso será colocado dentro do gramado, junto a uma área do campo. A missa será celebrada por dom José Cardoso Sobrinho, arcebispo de Olinda e Recife, acompanhado de outros cem religiosos. Vinte e dois cânticos, que frei Damião cantava em suas peregrinações, serão entoados na missa. Também serão soltos 66 pombos brancos -número de anos que o religioso passou no Brasil. Por razões práticas, não haverá comunhão para o público. Três religiosos, entre eles o arcebispo Cardoso, farão homílias. A missa deve demorar duas horas. Ao fim, o corpo será retirado do gramado de helicóptero e levado para o convento de São Felix de Cantalice, onde será realizado o enterro, fechado para o público. O corpo será sepultado na capela Nossa Senhora das Graças, dentro do convento, construída em 92, com ajuda do governo Collor. O túmulo, de dois metros de profundidade, fica dentro da capela, no chão, sob uma imagem de Nossa Senhora. Será coberto com mármore vindo da Itália. Ao lado, ficará uma inscrição: "Frei Damião de Bozzano - missionário capuchinho - 1898-1997". Texto Anterior: Pescador mata filhos e é linchado na PB Próximo Texto: Collor deve vir ao enterro Índice |
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