São Paulo, quarta-feira, 4 de junho de 1997
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Carandiru vive nova rebelião

DA REPORTAGEM LOCAL; DA FT

A Casa de Detenção de São Paulo, no Carandiru (zona norte), teve nova rebelião ontem. Depois de uma tentativa de fuga frustrada, 15 presos tomaram cinco agentes penitenciários como reféns. Não houve acordo para libertação deles até o início da noite de ontem.
Essa foi a 60ª rebelião no Estado neste ano e a quarta no Carandiru. O motim anterior no presídio ocorreu na última quinta-feira, quando um grupo de presos tomou dois agentes como reféns e matou outro detento.
Segundo a Secretaria Estadual da Administração Penitenciária, a rebelião começou com uma tentativa de fuga. Por volta das 9h30, cerca de 400 presos dos pavilhões 8 e 9 que tomavam sol no pátio tentaram um "cavalo doido" -fuga da prisão em corrida desordenada.
Policiais militares que fazem a guarda da muralha teriam percebido o movimento e atirado para o alto. Quase todos os presos desistiram da fuga, mas um grupo fez os reféns e se refugiou na despensa do pavilhão 6. Versão que não foi confirmada oficialmente indica que os presos estariam armados de facas e estiletes.
A negociação com os rebelados foi feita pelo diretor do presídio, Walter Hofgen. "Estão querendo mostrar poder", disse Hofgen, depois que os presos recusaram proposta de remoção para Bauru. A transferência é o principal pedido.
A negociação foi interrompida no início da noite e deve ser retomada hoje.

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