São Paulo, quarta-feira, 4 de junho de 1997 |
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Goiás diz que terá Honda e Mitsubishi Governador fez anúncio SHIRLEY EMERICK
O governador Maguito Vilela (PMDB) anunciou ontem a implantação de fábricas da Honda e da Mitsubishi no Estado. A primeira também será beneficiada com os incentivos do regime automotivo especial para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O programa estadual, o Fomentar, prorroga o pagamento de 70% do ICMS recolhido pelas atividades industriais, com juros de 2,4% ao ano, sem correção monetária. Os prazos desse financiamento variam de dez a 20 anos, dependendo do projeto apresentado. Segundo o governador, essa ajuda não pode ser chamada de subsídio ou renúncia fiscal. Ele não quis informar quanto o Estado deixará de arrecadar com a prorrogação da cobrança do ICMS. "Não se investe um centavo em favor de indústria nenhuma. Nosso incentivo é o financiamento", disse. Maguito Vilela disse que, se o Estado não oferecer incentivos, as indústrias não virão para Goiás. "O Estado ganha indiretamente com o aumento do consumo." Segundo o governador, atualmente 40% do total da arrecadação estadual vem do ICMS das indústrias. A Honda deve iniciar sua produção em agosto de 98 e vai fabricar 150 mil motocicletas por ano. A Mitsubishi também tem previsão de produção para agosto do próximo ano, com cerca de 3.000 veículos utilitários/ano. "Bola cheia" "Esse é o momento de Goiás. Estamos com a bola cheia", disse Vilela. O anúncio do investimento da Mitsubishi será feito pela diretoria da montadora, na sexta-feira. A fábrica será instalada em Catalão (180 km de Goiânia) e terá 500 mil metros quadrados. Segundo o governador, o grupo japonês vai dar preferência a empresas e fornecedores goianos na compra de insumos, produtos, equipamentos e contratação de serviços. A mão-de-obra terá treinamento do Sesi e Senai. No caso da Honda, ainda não há definição sobre o município onde será instalada a fábrica. Duas cidades disputam a preferência dos japoneses: Aparecida de Goiânia (10 km da capital) e Anápolis (40 km da capital). Os municípios não irão oferecer incentivos. "A decisão será técnica", disse o secretário de Indústria e Comércio, Erivan Bueno. O presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, disse que a siderúrgica deverá fazer investimentos na região por causa das montadoras. Ele afirmou que pode ser criado na região um pólo metal-mecânico: "Onde tem investimento de setores coligados, a CSN vem junto". A repórter Shirley Emerick viajou a Goiânia a convite da Associação Comercial de Goiás Texto Anterior: Venda de carro novo cai 4,8% em maio Próximo Texto: Estados perdem com a guerra fiscal, conclui estudo do Ipea Índice |
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