São Paulo, quarta-feira, 4 de junho de 1997
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Kuerten fica a um jogo de final histórica

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Gustavo Kuerten, 20, é o primeiro brasileiro a passar às semifinais de um torneio de Grand Slam -os quatro mais importantes do mundo, que inclui Wimbledon e Abertos da França, Austrália e EUA.
Ontem, na quadra central do tradicional clube Roland Garros, em Paris, na capital francesa, o tenista catarinense derrotou, nas quartas-de-final, Ievgeni Kafelnikov, terceiro do ranking mundial, por 3 sets a 2, com 6/2, 5/7, 2/6, 6/0 e 6/4.
Kuerten, o 66º do mundo, precisou de duas horas e 30 minutos para despachar o russo, atual detentor do título do Aberto da França.
Venceu o primeiro set, mas perdeu para o russo os dois seguintes. "Quando ganhei o terceiro set, eu achei que ia ser fácil", revelou, depois do jogo, Kafelnikov.
Perdendo por 2 a 1, Kuerten arrasou o russo no quarto set e levou a partida para o quinto e decisivo. Nesse, quebrou o serviço adversário, abriu 2 games a 0 e se manteve à frente até o final.
Pai e Jacaré
Na entrevista coletiva a que são submetidos os tenistas após os jogos, Kuerten voltou a dedicar a vitória à família -pai especificamente; sua mãe viajaria ontem à noite a Paris (leia texto ao lado).
Mas ganhou uma menção honrosa um atacante do Avaí, equipe de futebol de Santa Catarina que tem o tenista como um dos mais tradicionais torcedores: Jacaré.
Seu último obstáculo na corrida pela vaga na badalada final do torneio de quadras de saibro -especialidade do brasileiro- é o belga Filip Dewulf, azarão do torneio e atual 122º do ranking mundial.
O duelo será disputado amanhã de manhã (horário de Brasília). A final acontecerá no domingo.
Os outros dois semifinalistas serão definidos hoje: os duelos são entre o australiano Patrick Rafter e o espanhol Galo Blanco e entre o marroquino Hicham Arazi e outro espanhol, Sergi Bruguera.
Ainda colorido
Apesar dos "protestos" da organização do torneio, Kuerten continuou vestindo seu uniforme amarelo e azul. Sucumbiu, porém, ao usar na cabeça uma bandagem branca -anteontem usara azul.
Comumente, nos torneios mais tradicionais do circuito mundial, os tenistas usam vestimentas com a cor branca predominando.
"A cueca que estou vestindo é branca", respondeu a um jornalista que perguntou se não usaria algo "convencional".
Mesmo fora dos "padrões tradicionais", Kuerten tem contado com o apoio da torcida parisiense. Amanhã, contra Dewulf, será o preferido do público novamente.

LEIA os resultados do Aberto da França à pág. 3-12

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