São Paulo, quarta-feira, 4 de junho de 1997
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Idéia de tenista era ser médico

SÉRGIO KRASELIS
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

Antes de optar definitivamente pela carreira de tenista profissional, Gustavo Kuerten já chegou a pensar em se tornar médico.
"Ele já me disse que pensou, mas eu falei para ele: 'Ah, Guga, médico não"', revela a mãe, Alice Kuerten, diretora-geral da Fundação Catarinense de Educação Especial, ligada ao governo estadual.
"Ele sempre foi persistente", conta a mãe. Tanto que, apesar das viagens, concluiu o segundo grau e só não fez vestibular porque está indeciso quanto ao curso superior: nutrição ou educação física.
Outro objetivo da nova sensação do tênis mundial, um amante do surfe -pratica na praia Mole e na Joaquina- e do futebol -é torcedor fanático do Avaí-, é ter uma academia própria de tênis.
A mãe, "coruja", ainda destaca a paixão de Gustavo pela matemática -"ele tem um raciocínio muito rápido", diz.
Para esta temporada, Kuerten havia planejado entrar no grupo dos 50 melhores do mundo, objetivo mais fácil de ser concretizado com a boa campanha no Aberto da França deste ano.
Em 95, um ano depois de se profissionalizar, planejou (e conseguiu) ficar entre os 200 do ranking.
Em abril deste ano, conquistou a sua melhor posição no ranking mundial: 64º lugar.
Timidez
Apesar de começar a jogar aos seis anos, nas quadras da Associação dos Funcionários da Telesc, a companhia telefônica de Santa Catarina, foi a partir de 15 que Guga (como é chamado em casa) passou a se dedicar mais ao esporte.
Ex-tenista, o hoje músico Sérgio Negrão, 25, se recorda de um Gustavo tímido. "Não conversava muito com ele, mas lembro que achava o seu irmão Rafael melhor do que o Guga", conta Negrão.
"Ele não se conformava quando errava. Batia o pé no chão, ficava irritado. Depois, foi amadurecendo e ficou mais calmo", diz Alice, que, além de Guga e Rafa, é mãe de Guilherme, o caçula da família.
O mais velho da família Kuerten acabou se tornando o maior incentivador da carreira de Guga após a morte do pai, Aldo Kuerten, quando dirigia um jogo de tênis.
O primeiro técnico Carlos Alves acabou sendo substituído por Larri Passos, que está em Paris.

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