São Paulo, quarta-feira, 4 de junho de 1997 |
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Fazendo história
THALES DE MENEZES E precisa falar alguma coisa? Gustavo Kuerten jogou como gente grande diante do número três do mundo, mostrou personalidade nos momentos decisivos e, de quebra, lascou um 6/0 no lombo do russo.Agora, seu rival na semifinal é o belga Filip Dewulf, nº 122 do mundo. Dá para ganhar, é fato, mas Grand Slam é uma caixinha de surpresas. Os oito cabeças-de-chave principais de Roland Garros que o digam. O tênis que Kuerten está jogando em Paris já o credencia para vôos mais altos. Longe de ser beneficiado por saída prematura de jogadores pré-classificados, o brasileiro passou por três pedreiras no saibro: Muster, Medvedev e Kafelnikov. A partir de agora, o importante para Kuerten é continuar soltando o braço, batendo forte como ele fez nesses últimos dias. Como dizia um velho professor paulistano, "tenista pode fazer tudo na quadra, menos ter o braço mole". A TV francesa comparou Kuerten a Thomas Koch, e não apenas por serem os dois tenistas brasileiros a chegar às quartas-de-final de Roland Garros. O destaque maior foi para o visual parecido (corpo magro, cabelo comprido, bandana na cabeça) e um certo "comportamento alternativo" (chamaram Kuerten de surfista e Koch, de hippie). Com a vitória de ontem diante do sueco Magnus Norman, o belga Dewulf é o primeiro jogador a sair do "qualifying" a chegar a uma semifinal de Grand Slam desde John McEnroe, há 20 anos, em Wimbledon. Somente um tricampeonato de Sergi Bruguera ou uma zebra chamada Galo Blanco pode apagar o fracasso da "armada espanhola" em Paris. Agora, com o circuito passando para pisos rápidos, o destaque da turma deve cair. Kuerten, Dewulf, Norman, Galo Blanco, Hicham Arazi (Marrocos)... É, parece que o tênis está mudando de cara em Roland Garros. Texto Anterior: Empate com selecionado francês caiu do céu Próximo Texto: Fim de uma era?; E o vento levou... Índice |
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