São Paulo, quarta-feira, 4 de junho de 1997 |
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Suécia fica fora da 1ª fase da moeda única
CLÓVIS ROSSI
O dia começou pelo anúncio oficial de que a Suécia, um dos 15 países-membros da UE (União Européia), desistiu de aderir, por enquanto, ao euro. "O projeto (de moeda única) está abalado", justificou o primeiro-ministro sueco, Goran Persson. Mais: a opinião pública sueca é "solidamente" contra uma adesão imediata à moeda única, antecipou o premiê. A decisão da Suécia vai na contramão do empenho dos demais países da União Européia, que querem participar do euro já na sua fase inicial. É verdade que Persson deixou abertas as portas para uma futura adesão, ao dizer que a Suécia se reserva o direito de criar "espaço de manobra" para mais adiante. Segundo golpe O segundo golpe no euro veio da Alemanha. O governo do chanceler (premiê) Helmut Kohl desistiu de reavaliar suas reservas de ouro, manobra contábil que ajudaria a reduzir o déficit orçamentário. Por extensão, ficaria mais fácil atingir a meta de um déficit público não superior a 3% do PIB (Produto Interno Bruto, medida da riqueza de um país). Esse é um dos principais critérios para que um país se qualifique para a moeda única. A não-reavaliação das reservas em ouro obrigará o governo alemão a buscar outros caminhos para tapar o buraco de cerca de US$ 5,8 bilhões que seria coberto com o truque contábil de recalcular as reservas. Fecha o círculo o fato de Lamberto Dini, chanceler italiano, ter sugerido abertamente o adiamento do euro, pegando carona nas declarações do novo premiê francês, o socialista Lionel Jospin, que defendeu a presença da Itália na primeira leva de países que adotarão o euro. Para que a Itália possa participar, só mesmo mudando o cronograma, porque dificilmente o país terá condições de cumprir, este ano, os requisitos para a moeda única. Texto Anterior: Premiê tem agenda cheia Próximo Texto: Programa socialista pode ser inviável Índice |
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