São Paulo, quarta-feira, 4 de junho de 1997
Texto Anterior | Índice

Oposição em Israel escolhe novo líder

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Ehud Barak, ex-chefe do Exército e ex-chanceler de Israel, foi eleito ontem o líder do Partido Trabalhista, o principal da oposição. Barak substitui o ex-premiê Shimon Peres.
Segundo projeção a TV Israel, Barak obteria 57% dos votos, contra 28% do segundo colocado, Yossi Beilin, aliado de Peres. O Canal Dois indicava que o ex-chefe militar ficaria com 56% dos votos.
Os resultados oficiais devem ser divulgados hoje.
Puderam participar da votação os cerca de 167 mil filiados do Partido Trabalhista. As urnas, abertas às 10h (4h em Brasília), foram fechadas 12 horas depois.
Barak, 55, se declarou um herdeiro do premiê Yitzhak Rabin. "Eu me vejo como seu seguidor e como aquele que vai levar em frente seu legado", disse.
Rabin inaugurou o processo de paz com os palestinos ao assinar os acordos de Oslo em 1993. A aproximação com os palestinos acabou atraindo o ódio dos religiosos ortodoxos do país. Em 1995, foi assassinado pelo ativista religioso Yigal Amir (leia texto abaixo).
Contra o governo
O novo líder trabalhista deve ser o adversário do atual premiê, Binyamin Netanyahu, nas próximas eleições gerais, previstas para 2000. Em Israel, o primeiro-ministro é eleito pelo voto direto.
Pesquisas de intenções de voto divulgadas há algumas semanas mostraram que Netanyahu, sustentado por partidos da direita religiosa ortodoxa, perderia as eleições caso tivesse de enfrentar Barak.
O atual premiê, que venceu Peres em 1996, vem enfrentando quedas constantes em seus índices de popularidade depois de acusações de corrupção e impasses no processo de paz com os palestinos.
Campanha
A campanha para líder trabalhista foi marcada, excepcionalmente, pela tranquilidade. Os candidatos evitaram trocar acusações, fator que em outras eleições prejudicou bastante o desempenho do partido.
A relativa calma foi abalada apenas no mês passado.
O ex-premiê Peres, 73, descartou concorrer a uma reeleição contra Barak, que o substituiu na chancelaria do país em 1995. Nesse ano, Peres assumiu o cargo de primeiro-ministro em sucessão a Rabin.
Em maio, porém, aliados de Shimon Peres tentaram criar um cargo honorário de presidente do partido que ficaria com ele.
Os simpatizantes de Barak intervieram e não permitiram que Peres continuasse a ter uma função de destaque entre os trabalhistas.

Texto Anterior: Ladrões assaltam escritório de Bucaram; Guerrilha colombiana vai libertar militares; EUA apóiam petróleo por comida para Iraque; Reino Unido barra Sinn Fein em negociações; Papa pede à Europa fim de desigualdades; Estátua lembra mortos da praça Tiananmen
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.