São Paulo, quinta-feira, 5 de junho de 1997
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Deputados do Acre apresentam defesa a comissão da Câmara

LUIZA DAMÉ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os advogados dos deputados Chicão Brígido (PMDB-AC) -licenciado- e Osmir Lima (PFL-AC) -acusados de receber dinheiro para votar a favor da reeleição- estão usando o mesmo argumento na defesa em comissão na Câmara: negaram a existência do fato que originou a abertura do processo de cassação.
Em gravações, os deputados foram citados pelo ex-deputado do Acre Ronivon Santiago de terem recebido entre R$ 100 mil e R$ 200 mil para votar a favor da reeleição.
A defesa tenta desqualificar Ronivon. Luiz Carlos Madeira, advogado de Chicão, diz que o ex-deputado é um "psicopata". Usa ainda palavras como inconsequente, extravagante, falastrão, fantasioso e mentiroso. "Com todo o respeito, Ronivon fez uma brincadeira de mau gosto", disse Pedro de Assis, advogado de Osmir.
Segundo Madeira, a acusação "não descreve qualquer fato imputado ao acusado". O advogado reproduziu trechos das gravações nos quais Ronivon diz que "parece" que Chicão recebeu R$ 100 mil.
"Não é lícito formular acusação com base em suposições vagas e imprecisas", afirmou Madeira. "O fato imputado ao deputado Osmir Lima sequer existiu", disse Assis.
Madeira indicou como testemunhas os governadores do Acre, Orleir Cameli, e do Amazonas, Amazonino Mendes, Ronivon e os senadores do Acre Flaviano Mello (PMDB) e Nabor Júnior (PMDB).
Foram anexados extratos bancários de contas do deputado em dois bancos e cópia da declaração de bens e renda.
O advogado de Osmir indicou como testemunhas os governadores, o ministro Sérgio Motta (Comunicações) e o empresário Eládio Cameli, presidente da Marmud Cameli.
Os advogados dos deputados entregaram a defesa ontem à Comissão de Constituição e Justiça. A deputada Zila Bezerra (PFL-AC) também entregou a defesa, mas não quis divulgá-la.

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