São Paulo, quinta-feira, 5 de junho de 1997
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Collor de volta

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

- Vamos lá. Coração!
As palavras compungidas são de Fernando Collor, a populares que o abraçavam no funeral de frei Damião, velho aliado eleitoral.
Passam os anos e a forte impressão causada pelo presidente deposto, como nas imagens no SBT, segue a mesma. Também o marketing.
Mantido à distância por Marco Maciel, Miguel Arraes e demais políticos, ele não se vexa. Está de volta.
*
Longe dali, em Brasília, passou a reeleição de FHC.
Nem Manchete nem Globo, que entraram ao vivo com a aprovação final da emenda, recordaram a compra de votos. Na Manchete, o suspense foi quase de cinema:
- Há silêncio, aqui. Todos aguardando os últimos votos... ACM vai esperar só mais um minuto. Vamos aguardar um pouquinho... Pronto. Encerrada a votação. Vamos acompanhar pelo placar... Questão de segundos. Sai o resultado! Está aprovada a emenda. A emenda da reeleição é uma realidade.
No plenário do Senado, a comemoração governista era desanimada, pífia.
*
A reeleição venceu no plenário do Legislativo e do Judiciário. Da Globo News:
- A emenda da reeleição teve mais uma vitória. Ela foi aprovada no Supremo.
Nove votos a um, e o dissidente solitário foi o ministro primo de Fernando Collor.
O relator, seguido pelos demais, argumentou que a compra de voto não era "fato consumado", segundo a CBN.
*
Luís Eduardo Magalhães, formalmente líder do governo na Câmara dos Deputados, é mais do que isso, ainda que o presidente FHC não deixe claro, ou não queira.
Para não restar dúvida, Cid Moreira entrou com editorial nomeando o filho para o cargo que a Globo acredita ser dele: "coordenador político do governo", e ponto.

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