São Paulo, quinta-feira, 5 de junho de 1997 |
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Falta de manutenção é causa mais provável
ANDRÉ LOZANO
Essa é a opinião de especialistas em projeto e estruturas de concreto de pontes ouvidos pela Folha. "Em uma ponte recente, há dois motivos para rachaduras: erro de projeto ou de construção. Em uma ponte antiga, com mais de 30 anos, as fissuras normalmente ocorrem em razão de desgaste de material (concreto e ferro) por falta de manutenção", diz o professor da Escola de Engenharia da USP, em São Carlos, Toshiaki Takeya. "O que diminui a resistência de uma ponte é a diminuição da resistência do aço, por falta de manutenção", afirma o diretor do Instituto de Engenharia de São Paulo, Tunehiro Uono. Segundo Uono, uma fenda pode provocar a corrosão da estrutura metálica da ponte. "A estrutura começa a oxidar, o volume de ferro aumenta, o que tende a expulsar a capa protetora de concreto." "A maneira de preservar a obra é fazer o monitoramento constante de sua estrutura, mas a nossa cultura é gastar dinheiro na execução de obras e não na manutenção delas", acrescentou Uono. Takeya aponta a ação da poluição como outro fator de desgaste da estrutura da ponte. Os engenheiros acham pouco provável que o aumento do tráfego e as carretas mais pesadas hoje, em comparação com 30 anos atrás, possam ter provocado a rachadura na ponte dos Remédios. "Há 30 anos, o peso máximo de um veículo, usado para calcular a estrutura de uma ponte, era de 43,2 toneladas. Hoje, esse cálculo é de 45 toneladas", disse Takeya. Uono citou a rodovia Imigrantes, construída na década de 70, como exemplo de uma obra antiga, por onde passam veículos de mais de 45 toneladas, mas que não apresenta problemas graves. Segundo o ex-presidente da Dersa Stanislav Feriancic, a Imigrantes mantém contratos com empresas responsáveis pela inspeção permanente de rachaduras na estrada. Texto Anterior: Gasto com pontes deve aumentar Próximo Texto: Missa por frei Damião reúne 30 mil fiéis Índice |
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