São Paulo, quinta-feira, 5 de junho de 1997
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Delegados de cadeias serão ouvidos

DA FOLHA CAMPINAS

A Câmara Municipal de Campinas vai investigar o trabalho do PCC (Primeiro Comando da Capital) nos presídios de Hortolândia.
O vereador Romeu Santini (PFL), presidente da CEI (Comissão Especial de Investigação) que apura os motivos do aumento da violência urbana em Campinas (99 km a noroeste de São Paulo), propôs ontem ouvir delegados das cadeias da região.
A CEI vai pedir uma reunião com os quatro delegados de cadeias públicas de Campinas e com o diretor da cadeia do São Bernardo na próxima segunda-feira para tentar descobrir se eles sabiam da atuação do PCC.
O PCC seria um comando responsável por organizar rebeliões no Estado.
A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Crime Organizado da Assembléia Legislativa investiga a ligação da Penitenciária 1 e Penitenciária 2 em Hortolândia (20 km de Campinas) com o PCC.
Rebeliões
Depois de rebeliões há dois anos em Hortolândia, segundo a CPI, começaram a "pipocar" rebeliões em vários presídios no Estado.
A CPI investiga cem nomes de presos que estariam ligados ao PCC.
Jazadji confirmou entre eles os nomes de César Augusto da Silva Roriz e Eduardo Moura da Silva.
"Mas não sabemos se eles passaram por Hortolândia."
O secretário da Administração Penitenciária, João Benedicto de Azevedo Marques, não foi encontrado pela reportagem da Folha.
Segundo informações de uma secretária, que não quis se identificar, Marques estaria acompanhando a rebelião na Casa de Detenção em São Paulo.
O deputado Afanásio Jazadji disse que não pretende visitar a P1 e a P2 em Hortolândia.
"Não vejo necessidade, já que os líderes não estariam mais lá e sim em outras penitenciárias do Estado de São Paulo", afirmou Jazadji.
O juiz-corregedor de Campinas, José Henrique Rodrigues Torres, 38, disse ontem que desconhece a formação desses comandos na região. Torres afirmou que nunca recebeu nenhuma denúncia sobre o comando.
Para o deputado, as autoridades não estão querendo admitir o fato de um comando paralelo nos presídios.

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