São Paulo, quinta-feira, 5 de junho de 1997 |
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Poluição afeta 40% dos dias deste ano em SP
FABIO SCHIVARTCHE
Os poluentes que ultrapassaram os padrões aceitáveis foram o ozônio, em 42 estações, e as partículas inaláveis, em 22 estações. Em dois dias, ambos os poluentes ultrapassaram os níveis aceitáveis. A qualidade má só foi registrada para o ozônio -por 13 vezes. Na escala da Cetesb, quando uma estação atinge qualidade má o governo poderia decretar estado de atenção na região. Apesar das 13 ocorrências, apenas no dia 14 de abril foi adotada a medida. Nenhuma das 25 estações foi considerada pior que as outras. O ozônio é um poluente formado pela reação de outros gases na atmosfera e se manifesta principalmente no verão, nos dias ensolarados. O ozônio provoca irritação nos olhos, nariz e garganta, náuseas e dor de cabeça. As partículas inaláveis resultam da queima incompleta de combustíveis e aditivos, além de processos industriais. Essas partículas, emitidas principalmente por veículos a diesel, como caminhões e ônibus, podem atingir os alvéolos pulmonares, a região mais profunda do sistema respiratório, agravando doenças respiratórias. "São dados espantosos. É quase um dia sim, um dia não com o ar ruim na cidade", diz o gerente de qualidade ambiental da Cetesb, Cláudio Alonso. E, se as previsões dos meteorologistas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) -de um inverno típico, seco e frio- se concretizarem, a situação pode se agravar. "As três frentes frias dos últimos dias têm dispersado a poluição. Mas, se parar de chover e ventar, a situação deve piorar", diz Alonso. Ele diz que não é possível comparar os números deste ano com os de 1996 porque a rede de medição foi totalmente reformada no ano passado. Até então, muitas estações estavam quebradas e outras não tinham equipamentos para aferir a presença dos diversos poluentes. O monóxido de carbono (CO), principal poluente combatido pelo rodízio de veículos, ainda não ultrapassou os níveis aceitáveis neste ano. Segundo Alonso, com a inclusão dos caminhões no programa de restrição à circulação de veículos deste ano, é possível que caia a emissão de partículas inaláveis. O governo ainda não confirmou a data para o início do rodízio, mas é provável que a operação comece na segunda quinzena de junho. "A principal ação para que não haja excesso de partículas inaláveis em São Paulo é a manutenção correta em caminhões e ônibus", diz Alonso. Texto Anterior: Daee ganha R$ 4 mi para fazer reparos em máquinas Próximo Texto: Choque invade Detenção e encerra motim Índice |
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