São Paulo, quinta-feira, 5 de junho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Aumento de tarifas pode criar 'área cinzenta', diz embaixador

DENISE CHRISPIM MARIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O aumento de 0,5% nas tarifas de importação aplicadas na Argentina deverão criar uma nova "área cinzenta" dentro do Mercosul. Essa é a avaliação do embaixador José Botafogo Gonçalves, subsecretário de Integração, Econômicos e Comércio Exterior do Itamaraty.
"A medida não deverá gerar impacto no comércio entre os países do Mercosul, mas trata-se de uma alteração na Tarifa Externa Comum do bloco econômico que precisa ser examinada", afirmou Gonçalves.
O impacto da medida deverá até mesmo ser positivo para as exportações de Brasil, Paraguai e Uruguai (parceiros da Argentina no Mercosul), Chile e Bolívia.
Isso porque as importações provenientes desses países não serão sobretaxadas.
Já os produtos concorrentes exportados pelos demais países deverão ficar 0,5% mais caros no mercado argentino.
Segundo o embaixador Gonçalves, a alteração tarifária não deve mudar o cronograma previsto na TEC (Tarifa Externa Comum). Mas deveria passar por discussão prévia no GMC (Grupo Mercado Comum), a instância superior de decisão do Mercosul.
A Folha apurou junto ao governo argentino que a intenção preliminar era submeter a medida à discussão dos demais ministros de economia do Mercosul, que se reúnem no próximo dia 18 de junho em Assunção (Paraguai).
O governo argentino pediria, nessa ocasião, a autorização para abrir essa exceção em sua política tarifária ou a adesão dos demais países à elevação das alíquotas.
A medida, entretanto, não surpreendeu o governo brasileiro. No início de maio, o ministro da Economia da Argentina, Roque Fernández, conversou sobre o assunto com seu colega brasileiro Pedro Malan (Fazenda) por telefone.
(DCM)

Texto Anterior: Governo argentino cria nova alíquota
Próximo Texto: Tarifa de água e esgoto terá aumento de até 9,8%
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.