São Paulo, quinta-feira, 5 de junho de 1997 |
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Homem de Pedra entra hoje em ação
RONALD VILLARDO
O ator estudou mímica na Inglaterra e na França, dentro da escola de Etienne Dacroux, mímico francês morto em 92. * Folha - Como você define sua técnica de mímica? Fernando Vieira - Estatuísmo. Consiste em movimentos muito lentos, quase imperceptíveis. Na verdade, nunca estou totalmente imóvel quando me apresento. Chego a levar quinze minutos só para transferir o peso do corpo de uma perna para outra. Folha - Como surgiu a idéia de fazer o Homem de Pedra? Vieira - Foi com o diretor Antonio Abujamra, no Rio. Em 95, ele criou um espetáculo chamado "Exorbitâncias", em que eu ficava imóvel por duas horas e meia. Folha - Existe alguma preparação especial para a apresentação? Vieira - Um aquecimento de uma hora, pelo menos, com muitos exercícios de alongamento. Folha - Você também faz apresentações em que o público pode intervir, diferentes do espaço delimitado do palco de um teatro. Vieira - Às vezes as pessoas não sabem exatamente o que está acontecendo e tentam chegar perto, tocar. Numa época, eu fiquei tão obcecado por não parecer real que até esqueci de respirar, numa apresentação. Meus olhos começaram a lacrimejar, fui ficando tonto, daí percebi que estava exagerando. Folha - Qual a importância da mímica para o trabalho de ator? Vieira - É o maior exercício que existe. Todos os grandes mestres do teatro se utilizam destas técnicas, por isso me interesso tanto pelo assunto. Minha maior motivação é justamente provocar as mais diversas reações nas pessoas. Texto Anterior: O mito da mulher americana Próximo Texto: Nazareth Pacheco tortura com beleza Índice |
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