São Paulo, quinta-feira, 5 de junho de 1997 |
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Nazareth Pacheco tortura com beleza
CASSIANO ELEK MACHADO
Parecem, mas não são. Ao lado de materiais como miçangas, cristais e canutilhos, Nazareth alinha em seus colares agulhas cirúrgicas, lâminas de barbear e anzóis. A perfuração sugerida por esses objetos cortantes não chega a perturbar Nazareth. A mãe da artista teve algum vírus durante a gravidez que fez com que Nazareth nascesse com alguns problemas físicos. Ao longo de sua vida, ela ganhou intimidade com os objetos cirúrgicos em sucessivas operações plásticas. Em 1993, em exposição no Gabinete de Arte Raquel Arnaud, a artista tratou explicitamente desse tema com objetos que narravam sua "reconstrução do corpo". Na exposição que começa hoje, Nazareth deixa a documentação autobiográfica de lado. Ela quer explorar aspectos formais dos objetos cirúrgicos para discutir questões corporais e a crise do indivíduo no final do século. O mesmo tema também está presente na instalação que a artista vem exibindo no projeto "Babel", no Sesc Pinheiros. Nazareth preencheu as paredes brancas de uma sala com dezenas de espéculos feitos de acrílico. No meio deles, colocou o mesmo instrumento de uso ginecológico do modo como é encontrado em hospitais, em metal. Exposição: Nazareth Pacheco Quando: hoje, a partir das 21h; segunda a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 11h às 14h; até 28 de junho Onde: Valu Oria Galeria de Arte (al. Gabriel Monteiro da Silva, 1.403, Jardim América, tel. 011/883-0811) Preço das obras: de R$ 1.800 a R$ 3.800 Texto Anterior: Homem de Pedra entra hoje em ação Próximo Texto: Ática abre a megaloja de 105 mil títulos Índice |
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