São Paulo, sexta-feira, 6 de junho de 1997 |
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O vice-rei
NELSON DE SÁ
Depois de muito ouvir nos últimos dias -no SBT, CBN- que não se mostrava, que não expunha as suas idéias, o interventor de FHC mostrou-se à solta, em longa entrevista a Lillian Witte Fibe, na Globo News. O presidenciável de reserva do PFL evidenciou o que tanto falam dele: uma impaciência imperial, que perde o controle e reage taxativamente, quando questionado. Não chega a ser como o pai, ACM, que parte logo para a agressão, até física, mas o herdeiro LEM deixa patente, ao interlocutor, a sua autoconfiança e o seu poder. Em momentos assim, diversos na meia hora da entrevista, sai a repetir "ora", como quem estivesse a explicar o óbvio, o inquestionável. Eleva a voz, impõe-se. É a imagem acabada da nova fase do governo FHC, uma fase de "ordem", de "baionetas", como ameaçava o presidente, outro dia. Nessa linha, pergunta e resposta da entrevista de ontem: - O que faz o ministro Luiz Carlos Santos? - O ministro, ele vai me ajudar, e consequentemente ajudar o governo. Em outra passagem de LEM, criticando os colegas parlamentares no atacado: - Não se negocia a essência, para que não se faça a reforma administrativa como a Câmara fez a previdenciária, que não foi reforma nenhuma, sendo necessário o Senado refazer tudo... Mas LEM também é "sedutor", como dizem de FHC. Ou ao menos foi assim, na entrevista em que recebeu elogios e sorrisos de Lillian Witte Fibe. Sedutor, em particular, na sua nova tarefa: - O nosso gabinete será aberto permanentemente, para que todos possam procuram e defender legitimamente os seus pleitos. Texto Anterior: PT de Jaboticabal contratou Cpem Próximo Texto: Nestlé entrega prêmios literários Índice |
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