São Paulo, sexta-feira, 6 de junho de 1997 |
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SP descobre música dos Bálcãs via Nova York
CELSO FIORAVANTE
Formado em 1983, o grupo conta hoje com 13 integrantes. Oito deles vêm ao Brasil para os shows na cidade, munidos com seus trompetes, tubas, bombardinos, trombones, saxofones, bumbos e caixas (esses últimos, os únicos instrumentos não de sopro do grupo). "Tocamos música tradicional com os mesmos instrumentos usados da Sérvia, Macedônia e Bulgária. Todas as cidades de lá têm uma banda, que não usam instrumentos de corda, apenas de sopro e percussão", disse Michael Ginsburg em entrevista à Folha, por telefone, de Nova York. Segundo ele, o nome do segundo disco da banda, "No Strings Attached", tem relação com essa característica das bandas tradicionais da região e com o fato de não estarem presos a nada. Tocar para um público não balcânico, como deve ocorrer em São Paulo, não assusta Ginsburg, que toca trombone e faz solo em canções como "Simplon Cocek" (mistura de jazz e música balcânica tradicional), "Rumelaj" (canção do folclore romeno em dialeto rom, da Hungria) e "Vranjanka" (canção do sul da Sérvia). "Tocamos frequentemente para audiências não balcânicas nos EUA. Todos adoram essa música. É muito fácil gostar dela, pois é fácil ouvir e entender", disse. Nem sequer em Nova York, que conta com uma expressiva comunidade balcânica, a audiência do Zlatne Uste é regionalizada. "Não somos muito ligados a ela, embora estejamos indo a Toronto para tocar para a comunidade macedônia. Já tocamos também para a comunidade sérvia daqui, mas, desde que a guerra estourou, foi muito difícil ficar conectado com ela, pois não temos filiações políticas com nenhuma das partes envolvidas", explicou. Outra curiosidade da Zlatne Uste é que nenhum de seus integrantes tem origens balcânicas. Todos são norte-americanos e se encontraram em 1983, durante um curso de verão em que praticavam dança folclórica, o segundo hobby que une a banda. O nome do grupo, Zlatne Uste, que significa "lábios de ouro", é uma remissão ao prêmio que o Festival de Guca, na região sérvia da Iugoslávia, promove anualmente, o zlatna truba (trombone de ouro). O Zlatne Uste participou do evento em 1987, 1988 e 1990. A série de concertos está sendo promovida pelo Estúdio A & B (iniciais de André Trindade e Betty Gervitz), que organiza cursos de dança étnica e que está comemorando seu primeiro aniversário. Evento: Zlatne Uste Balkan Brass Band Onde: Estúdio A & B (r. Fidalga, 346, Vila Madalena, tel. 011/212-3938) Quando: workshop com música ao vivo, hoje, às 21h; concertos, amanhã, às 21h, e domingo, às 17h Quanto: R$ 30 (hoje); amanhã e domingo, ingressos a R$ 20 e R$ 10 (crianças até 12 anos) Texto Anterior: Testemunha ocular da folha-seca Próximo Texto: Missa em tupi lembra 400 anos de Anchieta Índice |
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