São Paulo, sábado, 7 de junho de 1997
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Novo relatório vai culpar Paulo Afonso

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O relatório preliminar da CPI das Letras da Assembléia Legislativa de Santa Catarina será derrotado hoje pela maioria dos integrantes da comissão.
O novo relatório deve responsabilizar o governador do Estado, Paulo Afonso Vieira (PMDB).
Será nomeado hoje um novo relator, Júlio Teixeira (PFL), para substituir o deputado Sérgio Silva (PMDB), autor do relatório apresentado anteontem, que isentou de culpa o governador.
A presidente da CPI, Ideli Salvatti (PT), disse ontem que os integrantes da comissão condenaram o relatório de Silva e decidiram não fazer emendas, como estava previsto.
O novo relatório será votado na próxima segunda-feira pela CPI, que tem sete integrantes (dois do PPB e um de cada dos seguintes partidos: PMDB, PFL, PDT, PSDB e PT).
Segundo Salvatti, todos os integrantes da CPI se manifestaram contra o relatório de Silva. A deputada disse que Teixeira, que é relator-adjunto, declarou que o novo relatório deve "indiciar" o governador e outras autoridades.
Indignação
A presidente da CPI afirmou que a "indignação" dos integrantes da CPI contra o relatório de Silva cresceu "principalmente depois" de o Tribunal de Contas do Estado ter rejeitado as contas do governo referentes a 1996.
Silva, ao divulgar o seu relatório, previu que seria derrotado. "Tenho certeza de que as paixões políticas ficarão acima das razões jurídicas", disse Silva. Segundo ele, as CPIs da Assembléia e dos Precatórios do Senado "não produziram provas de crime" contra Vieira.
O governo considerou "realista" o relatório do peemedebista Silva, que disse que as ações do governo no caso da emissão de títulos só prosperaram porque tiveram o respaldo de outras instituições, como o Senado, por exemplo.
TCE
As contas de Paulo Afonso Vieira em 96 foram reprovadas anteontem pelo TCE de Santa Catarina por cinco votos a um.
Segundo o TCE, foi a primeira vez que o tribunal catarinense reprovou as contas de um governo estadual.
O secretário da Fazenda de Santa Catarina, Paulo Prisco Paraíso, acompanhou a sessão do TCE e sugeriu que, como o relatório não rejeitou as contas totalmente, houvesse aprovação com restrições, o que não aconteceu.
O relatório do TCE seguirá na próxima segunda-feira para a Assembléia Legislativa, onde passará por um julgamento menos técnico e mais político. Poderá ser aprovado ou não.

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