São Paulo, sábado, 7 de junho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Timão! Guga!

JUCA KFOURI

O Corinthians voltou a ser o campeão dos campeões dos paulistas ao conquistar seu 22º título estadual.
Felizmente, o árbitro húngaro deu um show com o apito, e o empate bastou para o Timão chegar aos 52 pontos na classificação geral deste morno Paulistão, contra 49 do Santos, 48 do Palmeiras e 47 do São Paulo.
O Corinthians jogou a final com o regulamento na mão, ao estilo do Grêmio, como assinalou Matinas Suzuki Jr.
Não foi brilhante, mas foi o time mais regular da competição, embora o Palmeiras sem o lateral Cafu e meia-atacante Djalminha não possa ser julgado, e o São Paulo, sem o meia Denílson para alimentar os atacantes Dodô e Aristizábal, tenha perdido incomparavelmente mais que o Corinthians sem o zagueiro Célio Silva.
Talvez por tudo isso, o melhor futebol do quadrangular do Paulista-97 tenha sido mesmo o do Santos, o que vale como consolo para o belo trabalho do treinador Wanderley Luxemburgo.
E o maior mérito alvinegro, do técnico Nelsinho Batista aos seus jogadores, foi o de ter vencido até mesmo os medíocres cartolas do Parque São Jorge. Viva!
*
Num dos esportes mais milionários do planeta, porém dos mais limpos -porque dirigido profissionalmente pelos próprios interessados-, o Brasil apresenta um novo ídolo para ficar na história.
O catarinense Gustavo Kuerten, o "Guga", que já virou lenda e é daqueles garotos que todos nós gostaríamos de ter como filho.
Mais ou menos assim como Chico Buarque quando surgiu nos festivais.
Vença ou não a final, Guga já ganhou os nossos corações com sua abençoada raquete.
*
Por falar em fatos comoventes, um passou despercebido até pelo cada vez melhor locutor Cléber Machado, na transmissão de Grêmio e Cruzeiro -entre outros motivos porque ele fazia a justa homenagem ao heróico gol do machucado Fabinho: assim que o time mineiro abriu o placar, praticamente matando o sonho do tri gaúcho na Taça Libertadores, a massa se pôs a cantar o hino do Grêmio, algo que muitas vezes já foi visto como homenagem após um jogo com resultado frustrante, mas que, depois de um gol adversário de tamanha importância, deve ter acontecido pela primeira vez nos estádios do mundo.
Não foi por outro motivo que, no campo, os jogadores responderam com a virada, insuficiente, mas simbólica, além de um alerta para as batalhas que ainda faltam ao Cruzeiro para chegar ao bi.
Que falta fez Paulo Nunes, ainda mais que o árbitro não deu um pênalti claro para o Grêmio ainda no primeiro tempo, quando Alex meteu as duas mãos na bola!
*
A absurda decisão do tribunal da Casa Bandida do Futebol em suspender o Atlético-PR, sem provas de manipulação de nem sequer um resultado do time, será assunto para amanhã.
Afinal, se o time do Paraná foi punido, por que o Corinthians não foi também?
A hora da ruptura do futebol brasileiro há de estar próxima, simplesmente porque ninguém de bem aguenta mais tanta desonestidade.

Texto Anterior: Atletas campeões preferem descanso a badalação
Próximo Texto: Decisão política da CBF vai definir próximo Brasileiro
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.